O sapo Bempuru, rei da lagoa Cachingó
Henrique
Schnaider
O
sapo Bempuru tinha uma vida muito boa, na lagoa Cachingó.
Dormia
boa parte do dia de papo pro ar e, quando estava acordado, seu prazer era
coaxar: croc, croc, croc.
Se a
barriga roncava, saía em busca de alimentos. Gostava dos mais variados
bichinhos: aranhas, besouros, gafanhotos, moscas: tudo que encontrava pelo
caminho. Após a farta refeição, cochilava bem satisfeito.
À
época do namoro, saía todo empolgado à procura da sapinha Beleli. Seu maior
prazer era cortejá-la. Emitia sons o mais alto que podia, mergulhava e
rodeava-a todo cheio de si.
Beleli
envaidecida não resistia aos encantos de Bempuru. Acabaram se casando e, dessa
união, nasceram cinco sapinhos.
O
casal orgulhoso saía a passear com eles em fila. Um verdadeiro cortejo real.
Mas
toda história tem um “mas”.
Certo
dia, apareceu na lagoa o lagarto Creck. Muito prepotente e terrível queria, a
todo custo, tomar o poder de Bempuru.
A
vida calma virou um enorme tumulto.
Bempuru
soltava seu grito de guerra, o mais alto que podia. Creck mostrava sua língua
comprida desafiando-o. A guerra foi
longe.
Até
que, numa tarde bem ensolarada, apareceu uma águia rondando a lagoa. Estava faminta e voava pra cá, pra lá só
analisando qual dos dois iria comer.
A
ave de rapina, esperta e inteligente, decidiu:
— O
sapo é venenoso. O lagarto é bem mais apetitoso!
E,
num voo rasante e mortal, abocanhou Creck. Voou pra bem longe e, sossegada em
seu ninho, saboreou-o tranquilamente.
A
paz voltou à lagoa Cachingó e o sapo Bempuru assumiu seu lugar de rei.
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