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quarta-feira, 3 de agosto de 2022

O sapo Bempuru, rei da lagoa Cachingó - Henrique Schnaider

 


O sapo Bempuru, rei da lagoa Cachingó

Henrique Schnaider

 

O sapo Bempuru tinha uma vida muito boa, na lagoa Cachingó.

Dormia boa parte do dia de papo pro ar e, quando estava acordado, seu prazer era coaxar: croc, croc, croc.

Se a barriga roncava, saía em busca de alimentos. Gostava dos mais variados bichinhos: aranhas, besouros, gafanhotos, moscas: tudo que encontrava pelo caminho. Após a farta refeição, cochilava bem satisfeito.

À época do namoro, saía todo empolgado à procura da sapinha Beleli. Seu maior prazer era cortejá-la. Emitia sons o mais alto que podia, mergulhava e rodeava-a todo cheio de si.

Beleli envaidecida não resistia aos encantos de Bempuru. Acabaram se casando e, dessa união, nasceram cinco sapinhos.

O casal orgulhoso saía a passear com eles em fila. Um verdadeiro cortejo real.

Mas toda história tem um “mas”.

Certo dia, apareceu na lagoa o lagarto Creck. Muito prepotente e terrível queria, a todo custo, tomar o poder de Bempuru.

A vida calma virou um enorme tumulto.

Bempuru soltava seu grito de guerra, o mais alto que podia. Creck mostrava sua língua comprida   desafiando-o. A guerra foi longe.

Até que, numa tarde bem ensolarada, apareceu uma águia rondando a lagoa.  Estava faminta e voava pra cá, pra lá só analisando qual dos dois iria comer.

A ave de rapina, esperta e inteligente, decidiu:

— O sapo é venenoso. O lagarto é bem mais apetitoso!

E, num voo rasante e mortal, abocanhou Creck. Voou pra bem longe e, sossegada em seu ninho, saboreou-o tranquilamente.

A paz voltou à lagoa Cachingó e o sapo Bempuru assumiu seu lugar de rei.

 

 

 

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