O
GRANDE TWIST
Helio Salema
Na fazenda em que meu tio trabalhava havia muitos
animais. Nós crianças gostávamos do bode DODÔ, porque ele puxava a carrocinha
com três crianças de cada vez. Era uma farra. Dar milhos para as galinhas e
colher ovos era uma maravilha. Tão bom quanto tomar banho no ribeirão. Escalar os
pés de frutas era competição para quem subisse mais alto e colhesse mais.
O único lugar que não podíamos nem chegar perto era
cercado do touro twist.
O velho Manuel que
vivia ali há muitos anos, disse que a filha do dono, deu este nome porque
quando pequenininho ele não parava. Pulava pra todos os lados. Parecia que
estava dançando.
Ele contava e ria ao mesmo tempo. Dizia que nunca viu
ninguém dançar assim.
A baia tinha duas cercas de arame farpado com mourões grossos
e muito resistentes. Ficava abaixo da estrada quase um buraco. Mesmo os adultos
evitavam chegar perto da cerca, pois isso
deixaria o touro enfezado.
Um dia uma criança muito curiosa aproximou-se da cerca,
quando viu o touro agitado saiu correndo e chorando igual bezerro desmamado.
O dono da fazenda tinha muito orgulho do Twist, que
sempre ganhava troféus. Ele dizia que o touro valia muito dinheiro. Eu não
entendia o porquê. Para mim ele é majestoso e imponente. Bonito de ser admirado
de longe.
Um dia quando eu chegava do colégio, encontrei lá em casa
meu tio. Queria saber se no próximo feriado eu iria passar na fazenda.
Fiquei contente com a possibilidade, mas quando ele disse
que o touro tinha morrido, fiquei triste e nunca mais quis voltar à fazenda.
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