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quinta-feira, 4 de maio de 2017

O fio. - Amora


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O fio.
Amora

 Pessoas passam por nossa existência, deixando vários tipos de marcas! Boas ou más! Prefiro recordar as boas.

 Tenho setenta e quatro anos e, acho a vida muito rápida, percebo agora.  É curta demais! Gostaria de ter feito mais coisas.

Alguns conhecidos foram importantes, mudaram meus caminhos, outros, deixaram lembranças, sem muito significado.

Recordo-me de todos. Não memorizo muito os nomes, mas rostos são difíceis de esquecer.

Uma colega de escola, no Bairro do Limão, minha primeira classe causou-me profunda impressão. Dela, lembro-me do rosto simpático e do nome: Claudete Barbosa Hirsh.

Eu era muito tímida, recém-casada, tive dificuldades de relacionamento. Grande número de professores e diretor bravo e exigente.

Ela me procurou com delicadeza, orientou-me, tornando-se grande amiga. Devo-lhe muita compreensão, bondade e colocação no ambiente escolar.

Mais tarde, soube que nossos maridos eram colegas de profissão, conheciam-se e, ela, também professora de evangelização espírita, dizendo sempre que havia um fio espiritual entre nós. Uma ligação. Eu ria, não acreditava muito, mas respeitava sua crença.

Quando pedi demissão dessa escola, despedimos-nos com tristeza. Sem eu saber, continuou acompanhando minha vida, mesmo sem nos vermos.

Anos mais tarde, por necessidades financeiras, precisei voltar a trabalhar e, espantada, recebo um telefonema de Claudete, preocupada, informando-me que haveria um novo concurso na prefeitura e que eu poderia prestar. Pergunto-lhe como sabia de minha situação e ela responde rindo: é o fio, lembra-se?

Inscrevi-me, prestei o concurso, passei, reiniciando como professora em Guaianazes, às sete horas da manhã. Fui me removendo aos poucos, até a aposentadoria, no Bairro da Casa Verde.

Devo, atualmente, minha posição, ao trabalho na prefeitura, e, meu retorno à carreira de professora, a essa amiga que nem sabe o bem que me causou!

Pessoas passam pela nossa vida e, felizmente, deixam marcas suaves de solidariedade e amor ao próximo! Nem percebem!

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