ARTHUR O CRUEL
Alberto Landi
Era uma vez um pirata muito ruim que todos chamavam de "Arthur o cruel". Tinha uma aparência aterrorizadora. Segurava sempre um archote aceso na mão. Portava dois cintos de armas e cada cinto com 3 coldres de pistola.
Usava chapéu tricórnio de feltro com uma pluma, casaco de veludo fino debruado normalmente roubado de mercadores, camisa vermelha berrante e calças fortes até os joelhos com ligas de cor vermelha, amarela e verde, sapatos de fivelas com franjas para esconder as facas usadas para defesa.
Fazia jus à fama, matava sem dó nem piedade. A tripulação o temia, causava tanto medo nos inimigos que todos desistiam de atacá-lo, assim que o viam, reconheciam a bandeira tremulando na caravela, que já era temida em todos os mares.
Certo dia, singrando suavemente pelo mar, foram abordados por uma caravela inimiga e no final de uma curta batalha, porém sangrenta onde houve mortes de ambos os lados, toda a tripulação foi capturada. A corveta de origem Jamaicana tinha uma bandeira hasteada com uma caveira humana e as tíbias cruzadas em fundo negro.
Foram todos levados para uma ilha deserta e a tripulação presa juntos em uma enorme jaula. Arthur o Cruel, como era o mais feroz de todos, ficou preso sozinho em outro local amarrado em correntes recebendo açoites diários, não se comunicava com os demais. Nem sequer podia ouvi-los.
Após alguns dias, toda a tripulação foi solta e se esqueceram do Arthur, enjaulado e só. Os demais tripulantes da caravela tampouco se lembraram dele pois era tão cruel e desagradável que ninguém o queria por perto, trataram de ir embora se livrando do pirata.
Por sorte um morador da ilha se deu conta de que o pirata seguia enjaulado e finalmente o soltou. Tarde demais, a sua caravela havia zarpado sem ele.
Os moradores da ilha se reuniram e deliberaram decidindo convidar Arthur a ficar, mesmo porque raramente passava uma caravela por ali, não havia alternativa para ele, disseram:
— Você tem que mudar de atitude e a maneira de ser. Se você nos causar problemas, vamos deixá-lo em qualquer parte. Imediatamente o pirata concordou com a proposta!
— A propósito, como
te chamas perguntaram?
—Todos me chamam de
Arthur o Cruel, respondeu o pirata:
— Mas você tem
nome, não? Ou vai me dizer que gostas que te chamem de Cruel:
—Sou
Arthur Malcom, nascido em Glasgow, Escócia:
— Então meu caro, daqui para frente você será Arthur Malcom. Arthur o Cruel morre hoje e há muito trabalho aqui nesta ilha, venha trabalhar conosco.
Com o passar do tempo Arthur foi mudando e cada vez mais se aproximando dos novos companheiros. Nas horas de folga ficava pensando arrependido de todas as maldades que fez e nas vidas que ceifou. Daí acabou se tornando amigo inseparável daqueles que o acolheram e mudaram sua vida.
O pirata, se converteu, era outro homem, não lembrava mais aquele Capitão osso duro de roer, agora estava integrado e se destacando no trabalho da comunidade.
Despertou a beleza
interior do agora Arthur Malcom!
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