Histórias que a gente inventa!
Amora
Carlinhos,
um menino muito esperto, tinha grande imaginação. Gostava de inventar
histórias, prendendo a atenção dos amigos, que o cercavam constantemente.
Seus
temas preferidos eram aventuras com seres desconhecidos em terra, ar ou mar.
Criava-os com tanto detalhe e perfeição que até se convencia, confundindo com a
realidade.
Filho
de pescador à beira da praia, levava broncas de seu pai, que o recriminava por
contar tanta mentira, atribuindo isso à fama dos pescadores em sempre inventar
fatos maiores do que os acontecidos. Sentia-se
atingido.
Numa
tarde de sol quente, mar convidativo, Carlinhos, sozinho na praia, resolve
atirar-se n’água para se refrescar.
Distraído
em meio às ondas fortes, vai ao fundo, esbarrando em enorme garrafa, contendo
alguma coisa estranha dentro.
Curioso,
levado talvez por seu espírito de aventura, aproxima-se dela, levando-a para a
praia, com grande esforço.
Examina-a
atentamente, percebendo, dentro dela, uma espécie de castelo, rodeado por
casinhas menores. Havia árvores, flores e pequenos animais. O que seria isso e
quem o teria feito, pergunta-se o jovem admirado.
De
repente, dá um pulo e cai de costas na areia! Havia pessoas dentro da garrafa,
saindo das casas. Pequeninas, caminham apressadamente, parecendo anõezinhos.
Cada
vez mais espantado, o menino os observa. Vão todos para o maior castelo, aonde
supunha ser a residência de um rei.
Fechadas
porta e janelas, não consegue ver
direito o que se passa lá dentro. Só percebe que saem de tempo em tempo,
colocando embrulhos enfeitados sobre uma carroça comprida, com umas oito renas,
branquinhas, presas à frente.
Encantado,
Carlinhos esfrega os olhos, belisca-se, não acreditando! Seria verdade mesmo o
que estava vendo? Poderia ser sua imaginação fértil, incentivada pelo sol
quente. E ele que gostava de inventar histórias!
Terminado
o trabalho, com a carroça cheia de embrulhos, a porta do castelo se abre e
surge um velhinho de barbas brancas, vestido como Papai Noel. Gordo e risonho,
toma assento na carroça e guia suas renas. A garrafa explode de repente, diante
de Carlinhos, fazendo-o dar um grito de susto.
Papai
Noel sobe pelos ares com sua carroça, enquanto o menino acompanha-o, até que desaparece
entre as nuvens.
Inacreditável!
Pensa ele. Que história para contar aos amigos! E verdadeira!
Cansado
pela emoção, adormece na praia.
É
acordado pelo pai que, bravo, que repreende-o novamente. Dormir, quando havia
tanto trabalho a fazer!
O
menino, sonolento, tenta contar ao pai o que vira, mas ele nem o ouve, achando
que era mais uma de suas invenções. Que contasse para os seus amigos!
Carlinhos,
chateado, pensa, “ninguém acreditará mesmo!
Devo ter sonhado!”
Olha
para a areia da praia e percebe estilhaços de vidro quebrado, sendo levados
pelas águas do mar...
É
o Natal que se aproxima, mexendo com a cabeça da gente!
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