A MAIOR TRAGÉDIA DA VIDA DE ANA
Henrique
Schnaider
Ana
não conseguia se livrar das tristes lembranças do passado, de uma tragédia
acontecida em sua vida que a marcou para sempre.
A
jovem sempre sonhara em conhecer as Ilhas da região do Triangulo das Bermudas.
Finalmente partiu de férias com seus pais para Ilha caribenha de Cayman quando,
depois de uma bela refeição a bordo, eles perceberam que algo estava errado já
que o comandante da aeronave pediu que prendessem os cintos de segurança, iriam
passar por uma zona de turbulência muito grande, e de fato o balanço e os
trancos que o avião enfrentou foi enorme e o Comandante não tendo alternativa
já que o avião não resistiu à violência da intempérie, tentou um pouso forçado
no mar.
O
ambiente a bordo era de pânico e terror com gritos que se ouviam por todos os
lados. Ana agarrou-se com seus pais,
todos esperavam pelo pior, começaram a rezar.
O
choque na água foi violento, a aeronave se
partiu em vários pedaços. Corpos foram arremessados para todos os lados,
criando uma cena de terror.
Ana
recobrou os sentidos muito tempo depois sem ter noção de quantas horas
permaneceu desacordada. Aterrorizada e atordoada sem entender direito a
situação, olhava os destroços cheio de corpos despedaçados e espalhados pela
ilha. Chorando de medo e pavor gritava por seus pais que não respondiam, já
estavam mortos. De onde estava não conseguia ver mais nenhuma pessoa viva. Procurou
desvencilhar-se dos pedaços de corpos e destroços enquanto instintivamente
gritava desesperada por socorro, cambaleou em meio àquela cena dantesca e
finalmente localizou os corpos de seus pais. Sentiu uma dor terrível e total desespero.
Perguntava a Deus o que seria de vida agora. Impotente diante de tamanha
tragédia, sozinha sem nada e ninguém para recorrer.
O
instinto de sobrevivência falou mais alto e a jovem vagarosamente começou a
pensar em alguma forma sair dali e procurar auxilio. Quando olhou atrás de si,
viu que o avião tinha pousado bem próximo da praia de uma ilha deserta, pois
não via ninguém e nem sinais de habitação. Ana se livrou dos objetos que havia
pelo caminho, e, com dificuldade seguiu nadando em busca de auxilio e também
escapar daquela situação.
Ana
começou a pensar no que fazer para continuar vivendo, até que chegasse a tão
desejada salvação.
A
jovem encontrou uma caverna que dava exatamente para o mar e ali se aconchegou,
Os pensamentos iam e vinham para a tragédia que acabara de viver. A dor da
perda dos pais embrulhava seu estômago. A cena de corpos esparramados não lhe
saia da mente. Até que o sono abateu-lhe já noite alta.
Quando
o dia amanheceu, ela tremia de frio e dor nos ossos. As imagens da tragédia deixaram-na
abalada. Sentiu muita fome e começou a procurar em volta da caverna algo
comestível e água potável. Ana
vislumbrou toda orla cheia de coqueiros com muitos cocos verdes e frutas como o
abricó.
Depois
de comer e beber, ficou imaginando que seria muito bom se achasse algum peixe
ou fruto do mar para comer.
Como
Ana tinha certa pratica, pois costumava pescar com seus pais acabou
improvisando uma vara de pesca e com espinhos que achou na areia da praia fez
um anzol e colocou como isca alguns frutos do mar que achou em sua procura. Não
demorou conseguiu pescar uma bela pescada marisqueira, peixe comum que dá
próximo as praias.
O
fato de ter sido escoteira ajudou muito neste momento e lá estava ela a
friccionar dois pauzinhos um contra o outro até virar uma brasa, que colocou no
meio de palhas secas. Foi maravilhoso ver surgir, primeiro a fumaça e em
seguida a primeira fagulha. Foi o peixe mais gostoso que comeu em sua vida.
Ana
lembrou que provavelmente, haveria muitos alimentos e outras coisas que seriam
úteis enquanto estivesse naquele lugar, e apesar do pavor da ideia de voltar ao avião,
resolveu ir até lá dar uma busca. Aproveitou a maré baixa e chegou aos
destroços com facilidade. Evitou olhar novamente os corpos de seus pais. Rapidamente
reuniu alguns mantimentos e objetos necessários em uma sacola e tratou de sair dali. No caminho de volta cogitou que poderia haver
tubarões no local do acidente devido ao cheiro de putrefação dos
corpos.
Assim
se passaram três dias com Ana valente sobrevivendo graças a sua determinação,
finalmente as equipes de salvamento apareceram. Quando Ana viu o helicóptero
chegando, chorou de tristeza pela perda dos pais e de alegria por estar sendo
salva.
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