O INVENTOR.
Do Carmo
Tenho um amigo, Joselino, que
desde criança gostou de inventar, transformar, criar e reciclar coisas.
Armadilhas, peças que assustavam os amigos, com misturas químicas que exalavam odores
muito fortes ou soltavam fumaças malcheirosas ou ainda coloridas que faziam
lacrimejar os olhos.
A garagem de sua casa era o
seu desorganizado laboratório. Ele deixava um mínimo espaço para seu pai
estacionar o carro.
Com o decorrer dos anos, seus
estudos foram lhe dando maiores conhecimentos de química e física, o que lhe
proporcionou melhores e mais elaboradas invenções.
Sua criatividade não tinha
limites.
Certa ocasião, assistindo a um
jornal na televisão, que mostrava audaciosa invasão de um banco por uma gangue,
teve uma idéia indescritível, fazer um cordão invisível e com guizos barulhentos,
que impedisse a entrada de qualquer pessoa quando acionado.
Faria dois modelos de cordão:
um cordão como barreira das portas comerciais e outro como cinturão ao redor
das casas ou edifícios.
Dias e dias ficou elucubrando
como seria essa façanha. Faltava alguma coisa para completar sua obra defensora
dos meliantes.
Passaram-se semanas e nada de
surgir, sequer, uma luzinha de pirilampo salvadora para começar a sua invenção
milagrosa.
Antevia os noticiários
alardeando seu feito, como sendo um emérito benfeitor dando tranqüilidade ao
povo.
Sonhava ter uma empresa com
muitos funcionários, encomendas fabulosas, convites de outros países para
apresentar seu invento e todo tipo de expansão de mercado consumidor.
Eureca! Gritando acordou certa
manhã. Já sei o que falta ao cordão para ser indispensável e infinitamente
eficaz.
Vou criar uma corrente
elétrica de alta tensão e adaptar a ele, fazendo com que qualquer contato, por
menor que seja, paralise o transgressor.
Mais alguns meses tentando sem
resultado aplausível. Desanimado de tantas tentativas e falhas, estava propício
a desistir dessa abominável façanha, quando viu um morcego dependurado num
galho de árvore dormindo, veio-lhe um meteoro de idéias, as quais lhe pareceram
coerentes.
Novamente grita – Eureca! Vou instalar e através de ondas de radar,
automaticamente eletrifica o cordão paralizador ao ser tocado.
Extremamente feliz, dormiu um sono festivo.
Acordou bem cedo e “Mãos a obra”!
Tudo correu muito bem. Suas
expectativas estavam todas a contento. Desceu da escada saltitante, mas não
pode voltar ao laboratório, pois a escada ficou do lado de dentro do cordão e
ele preso pelo seu invento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
DEIXE AQUI UMA MENSAGEM PARA O AUTOR DESTE TEXTO - NÃO ESQUEÇA DE ASSINAR SEU COMENTÁRIO. O AUTOR AGRADECE.