Um objeto marcante
Ana Catarina SantAnna Maues
Antes d'eu nascer ele já existia. Embalou
meus sonhos, pois eu adormecia assim que uma nota e outra eram ouvidas. Razão
de esperança durante muito tempo na vida da família. Com carinho as mãos o
acariciavam e ele retribuía com os mais belos sons, pura emoção a cada
chorinho, samba ou bossa nova. Acompanhou-me em muitas situações ora felizes
ora nem tanto. Teve momentos de glória quando em apresentações no teatro era
ovacionado enquanto as cortinas fechavam-se. O tempo passou, mas não para ele,
conservou o bom estado, cor bem viva e brilho como novo. Hoje se encontra silencioso,
de banda. Com as cordas sem afinação, espera por alguém que o valorize, mas
triste não vive, está impregnado de boas recordações. Esta é a história do
violão de meu pai.
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