Um Amor
Real
Rejane Martins
Certo dia o corsário John Smith, um verdadeiro
súdito do trono inglês, recebeu uma importante missão da própria Rainha.
Guardar em um lugar muito seguro e inexpugnável, um verdadeiro tesouro pessoal
de Vossa Majestade.
Sem questionar a incumbência, não tinha dúvidas
sobre o melhor lugar para cumprir a missão. Um lugar distante das rotas
europeias, que ele só o conhecia por comandar as várias expedições inglesas à
China.
Na primeira visita àquele país, ele registrara em
seu mapa a posição de uma ilha de areia cintilante e num tom tão alvo que feria
a vista do marinheiro. Porém nas expedições subsequentes, deduziu que ela havia
submergido, uma vez que não encontrara mais aquele banco de areia. Até o dia que
ele se assustou ao avistá-la imponente e rodeada por aquelas águas azuis e
límpidas.
Conferiu por
diversas vezes os instrumentos de navegação e o mapa que ele próprio havia
atualizado. Não havia dúvidas eram as mesmas coordenadas, a ilha era a mesma.
Por mais que puxasse da memória não encontrava nenhuma explicação técnica para tal
fenômeno.
Temendo ser rotulado de louco pela tripulação, não
mencionou o fenômeno. A partir dessa data, todas as vezes que se encontrava no
local, primeiramente se sabatinava a respeito de datas, fatos e conhecimentos
científicos para atestar sua sanidade. Somente após todo este ritual, anotava
em seu diário de navegação a situação encontrada.
Em terra firme, com todas as anotações, estudava naquela
região a interferência lunar nos dias. Após exaustivos cálculos e pesquisas
conseguiu determinar com bastante precisão a frequência das marés, e com isto
os períodos em que a ilha ficava exposta.
Por ser um estudo pessoal e sigiloso, somente ele tinha
o conhecimento de quando visitar a ilha e usá-la como esconderijo para as
cartas e lembranças de amor entre sua querida rainha e o seu padrasto Thomas
Seymor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
DEIXE AQUI UMA MENSAGEM PARA O AUTOR DESTE TEXTO - NÃO ESQUEÇA DE ASSINAR SEU COMENTÁRIO. O AUTOR AGRADECE.