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quinta-feira, 1 de junho de 2017

O ABSTÊMIO - Do Carmo


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O ABSTÊMIO
Do Carmo


Zeca, alcoólatra desde adolescência, sofre um colapso cardíaco e precisa abster-se definitivamente do álcool.

Foi um período terrível em sua vida, já casado e com um filho formando-se em engenharia, percebeu como tinha feito sofrer a sua paciente esposa e seu filho.

Sentia-se envergonhado e arrependido, com desejos absurdos de sumir da vida, mas o amor e carinho que recebia dos seus, davam-lhe coragem para suportar as alucinações e controlar sua agressividade.

Uma vizinha de apartamento, ficou sabendo da situação da família e solidária ao problema, informou à esposa que na igreja do bairro, aconteciam reuniões de uma entidade antialcoólica, o dia e horário, prontificando-se ainda em acompanhá-los, caso achassem necessário.

A primeira reunião foi tão tocante, que sem pensar duas vezes, em um determinado momento, em que o dirigente pede para que se algum dos presentes quisesse fazer um voto de abstinência, que se levantasse e aproximasse da mesa.

Qual foi a surpresa da esposa, filho e vizinha, quando entre lágrimas Zeca, lívido e trêmulo, vai até a mesa e pede que lhe ajudem, que não aguenta mais ver seus entes queridos sofrendo pelo vício dele.

Daquela noite em diante, não faltou mais às reuniões, e naquele ambiente de paz e solidariedade, conseguiu recuperar-se.


Há mais de quarenta anos que não desonra seu voto, e até doces, antes de provar pergunta se contém alguma bebida alcoólica.

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