O ABSTÊMIO
Do Carmo
Zeca,
alcoólatra desde adolescência, sofre um colapso cardíaco e precisa abster-se
definitivamente do álcool.
Foi
um período terrível em sua vida, já casado e com um filho formando-se em
engenharia, percebeu como tinha feito sofrer a sua paciente esposa e seu filho.
Sentia-se
envergonhado e arrependido, com desejos absurdos de sumir da vida, mas o amor e
carinho que recebia dos seus, davam-lhe coragem para suportar as alucinações e
controlar sua agressividade.
Uma
vizinha de apartamento, ficou sabendo da situação da família e solidária ao
problema, informou à esposa que na igreja do bairro, aconteciam reuniões de uma
entidade antialcoólica, o dia e horário, prontificando-se ainda em
acompanhá-los, caso achassem necessário.
A
primeira reunião foi tão tocante, que sem pensar duas vezes, em um determinado
momento, em que o dirigente pede para que se algum dos presentes quisesse fazer
um voto de abstinência, que se levantasse e aproximasse da mesa.
Qual
foi a surpresa da esposa, filho e vizinha, quando entre lágrimas Zeca, lívido e
trêmulo, vai até a mesa e pede que lhe ajudem, que não aguenta mais ver seus
entes queridos sofrendo pelo vício dele.
Daquela
noite em diante, não faltou mais às reuniões, e naquele ambiente de paz e
solidariedade, conseguiu recuperar-se.
Há
mais de quarenta anos que não desonra seu voto, e até doces, antes de provar
pergunta se contém alguma bebida alcoólica.
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