O LÁPIS MÁGICO!
Dinah Ribeiro de Amorim
No dia do meu aniversário,
mamãe e minha irmã organizaram uma festa linda! Oito anos! Acho que nunca vou
esquecer. Teve balões, brigadeiros, presentes, muitos amiguinhos
e o famoso bolo de aniversário,
com todos querendo soprar as velinhas junto comigo. Quando tudo acabou, fui
abrir com calma meus embrulhos, cada um mais alegre que o outro. Dava dó
desmanchar cada nó ou desdobrar tantos papéis coloridos. Minha mãe
gosta de guardar embalagens, então, tomei muito cuidado para não rasgá-los.
Minha curiosidade foi grande
porque cada um era mais interessante que o outro. Carrinhos, trem, jogos de
diversão, educativos, bola de futebol, arco e flecha, livros, até uma
peteca!
Chamou atenção um presente simples,
pequeno, parecendo um estojo. O que seria! Abri com cuidado, não lembro mais
quem o trouxe, descobrindo que era apenas um lápis colorido! Tudo bem, pensei
eu, presente é presente, seja lá o que for.
Fiquei horas no dia seguinte,
brincando com todos eles, esquecendo até de fazer minhas refeições, o que mamãe
reclamou um pouco, mas entendeu...
Finalmente, peguei o lápis
colorido para escrever um bilhete de agradecimento a um coleguinha que não pode
vir, mas mandou um presente.
Estava viajando. Qual não foi minha
surpresa! Eu pensava no que escrever e o lápis obedecia, parecia que me
entendia! Era mágico! Que maravilha! Chamei minha irmã gritando:
_ Marianaaa! Eu ganhei um lápis
mágico! Corre aqui! Ele me obedece e ainda escreve coisas engraçadas! Parece
que fala comigo.
Minha irmã veio correndo e
perguntou se estava ficando maluco! Ficou olhando um pouco e pegou o lápis
também. Mandou que ele riscasse todo o papel e ele riscou e ainda escreveu que
ela era meio boba, deveria mandar fazer outras coisas!
Muito espantado, tomei-o da
mão dela e mandei que escrevesse um bilhete de agradecimento. À medida que eu
pensava, ele escrevia, obedecendo. Quando terminava, deixava um comentário,
como se fosse gente. Parecia um lápis robotizado, sensível ao toque da gente.
Mariana pegou nele e mandou
que escrevesse um recado para sua colega: “Não vou poder ir até sua casa hoje,
preciso estudar!. O lápis obedeceu e ainda escreveu, no final: muito bem!
Caramba, pensei, esse lápis é
um sucesso! Imagine na minha escola! Nem preciso mais fazer a lição. Ele fará
para mim.
“Nisso você se engana, escreveu ele!
Só escrevo e obedeço coisas que você já sabe. Sou mágico, sim, um mágico
honesto, que age segundo sua sensibilidade e conhecimento. Posso ajudar em
alguma coisa, mas não em tudo. Você precisa saber primeiro e aí eu dou a minha
opinião. Entendeu! Ajo de acordo com o seu toque! Gostou!”
Muito, pensei eu, que presente
legal! Foi o melhor de todos! O maior sucesso! O meu sucesso de
aniversário! E eu pensando que era o presente mais comum, de alguém que não
tinha se incomodado muito comigo.
Ih, o lápis mágico despertou a
atenção até de minha professora, que pedia emprestado quando corrigia nossas
lições. Ia ser legal saber quem me deu esse presente! Eu poderia escrever um
agradecimento com ele.
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