A
VIDA MUDA A GENTE!
Dinah Ribeiro de Amorim
João Grandão era o seu nome. Muito alto para a
idade, forte, valentão, era o machão da rua! Saíra parecido ao pai,
ex-pugilista, que o educara para ser corajoso e violento, "homem forte não
chora"!
Era temido pelos outros moleques,
principalmente na escola. Ninguém o contrariava e, se acontecesse, rolava
pancadaria, na certa.
Ele ria de todo mundo. Se alguma coisa o
desgostava, ninguém escapava. É isso, queria ser conhecido como malvado. Homem
bom era homem frouxo! - aprendera com seu pai.
Só tinha uma pessoa que o amolecia por
dentro, embora tentasse disfarçar: sua mãe. Achava-a delicada, carinhosa,
bonita, gostaria de beijá-la e abraçá-la, mas nunca o fizera.
Imitava seu pai ao tratá-la embora isso o
perturbasse um pouco! Não o agradava quando ela ficava triste e cabisbaixa, ouvindo
o marido lhe fazer maus tratos.
Certa tarde, ao voltar da escola, jogando
seus cadernos no chão, como fazia sempre, chamou pela mãe dizendo que estava
com fome. Não ouviu resposta. Então, procurou-a
na cozinha, quintal, e nada. Subiu ao
seu quarto e encontrou-a desfalecida na cama, parecendo mal. Pegou-a, com cuidado,
em suas mãos e notou que queimava de febre.
Seu coração amoleceu, nunca a vira assim.
Gritou pelo pai e avisou que iria chamar hum médico. Conseguiu com muito custo
alguém que o atendesse, pois sua fama de mau corria na cidade e ninguém o
levava muito a sério. Finalmente, um doutor novo nenhum hospitalar, recém-chegado,
resolveu atendê-lo. Examinou-a.
Diagnostico pneumonia em estado avançado. Necessitava de internação urgente,
senão morreria. Transferiu-a para o hospital.
João Grandão ficou apavorado. Nunca
acontecera nenhuma doença em sua casa. Tinham fama de serem muito fortes! Justo
sua mãe, que ele gostava tanto! Toda a braveza que possuía foi diminuindo e se
transformando em forte dor e, choro. Tinha vergonha do pai e se trancou no para
chorar quarto.
Colegas seus, amedrontados mesmo, vieram consolá-lo.
Isso o enterneceu mais ainda. Tinham medo, ou raiva dele, mas na hora da dor,
tratavam-no como igual.
Ia de todos os dias ao hospitalar para saber do
Estado da mãe, ao contrário do pai, que só reclamava da falta que ela fazia
para o trabalho doméstico. Procurava ajudar em casa, substituí-la de algum
jeito, mas era impossível. O lugar dela, o trabalho que fazia, seu modo de
lidar com eles "tão embrutecidos", só de ela conseguia.
Como sua mãe não melhorasse, passou por uma igreja
e orou pela primeira vez em sua vida. Pediu humildemente a Deus que a salvasse.
Ao Deus, que alguns amigos diziam que existia, e ele zombava, chamando-os de
"maricas"! Prometeu que mudaria, arrependido de tudo que havia feito
de errado. Seria ainda o João Grandão, mas em defesa dos pobres e oprimidos.
Saiu dali mais aliviado e, chamado ao
hospital às pressas. Correu, esperando uma má notícia. Sua surpresa foi grande!
Sua mãe melhorara e estava para ter alta, chamando-o para buscá-la.
E assim, João Grandão modificou-se, sendo conhecido
como o protetor dos fracos, auxiliar dos doentes, coragem usando sua, força e
valentia para ajudar e não maltratar.
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