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terça-feira, 11 de junho de 2024

O Gênio da Caverna Perdida - Adelaide Dittmers

 

 

 


O Gênio da Caverna Perdida

Adelaide Dittmers

 

Mishu, o gênio, estava encolhido na lâmpada e olhava através do vidro para a escura caverna.  Irritado e cansado, esfregava o grande nariz na lâmpada. Estava preso ali há muito, muito tempo.  Não aguentava mais.  Queria ser livre, mas ninguém entrava ali naquela caverna perdida no alto de uma montanha.

De repente, ouviu gritos, risadas e passos, que ecoavam pelo lugar.  Ficou alerta.  Sentiu uma luz ofuscar seus olhos.

— Vejam o que achei! Uma lâmpada linda! Deve ser muito antiga! Exclamou excitada uma menina de uns onze anos.

O gênio saiu da lâmpada, furioso.  Uma nuvem luminosa o envolvia e clareou tudo à sua volta.  As quatro crianças assustadas saltaram para trás, encostando-se na parede úmida.  Apontando o dedo magro para a menina, gritou:

— Como você ousou jogar essa luz forte em meus olhos?

As mãos da menina tremeram e mal conseguiam segurar o farolete. Com muito medo, perguntou:

— Quem é você? O que faz nessa lâmpada?

— Sou o gênio da lâmpada. Nunca ouviu falar de mim?  Respondeu com uma voz cheia de raiva.

— Você é o gênio da lâmpada maravilhosa? Gaguejou.

— Sou. E olhou ao seu redor.  Um menino e mais duas meninas estavam imóveis. Olhos arregalados e bocas abertas.

— Sou Marina e eles são meus primos: Nicolas, Marie e Stella.

— O que estão fazendo aqui?

— Ficamos curiosos para ver o que tinha nessa caverna.  Gostamos de aventuras. Mas, e você, por que está nessa lâmpada?

O gênio ergueu os braços compridos e magros e se contorceu para sair um pouco mais da lâmpada.

— Estou preso há muito tempo.  Quero sair daqui!

— E por que não sai? Perguntou o menino de cabelos cacheados.

O gênio fez uma careta

— Não consigo sair sozinho.

A menina de cabelos louros e encaracolados estendeu a mãozinha para ele.

— Vou puxar você daí.

— Não, não é assim! Primeiro vocês pedem o que mais querem e eu dou para vocês.

As crianças olharam umas para as outras com olhos brilhando de felicidade.

A menorzinha de olhinhos puxados fez uma careta divertida, começou a dançar.

— Eu quero um unicórnio de verdade.

E um pequeno unicórnio colorido surgiu nos braços dela.

Os outros se olharam espantados e maravilhados. Mais do que depressa, a loirinha exclamou:

— Eu quero uma boneca, que converse e brinque comigo.

Uma linda boneca apareceu em seus braços.

O menino de cabelos cacheados gritou, enquanto pulava de alegria:

— Eu quero a bola de futebol da copa do mundo.

O gênio jogou a bola para ele.

Falta você, menina do farolete.  Ela olhou para ele e sorriu:

— Eu quero que você saia dessa lâmpada e seja livre. 

O gênio passou a mão magra pelo rosto pálido para esconder uma lágrima e disse com voz emocionada:

— Pois você vai ganhar este anel e poderá fazer o pedido que quiser. E estendeu um belo anel com uma pedra rosa para ela.

O gênio foi saindo de sua pequena prisão e parou em frente deles.  Eles miraram com alegria aquele senhor alto, de barbas grisalhas, que sorria para eles.  Batendo palmas, gritaram:

— Agora temos um amigo mágico! Agora temos um amigo mágico!

O gênio olhou para eles e disse que seriam sempre muito amigos.

Saíram da caverna. O velho piscou, quando a luz do sol da tarde o atingiu e parou para apreciar a paisagem à sua volta.

— Onde você vai morar? Perguntou uma das crianças. E as outras concordaram.

— Não esqueçam que sou mágico e vou arranjar uma bela casa para mim e quero que vocês vão sempre lá brincar comigo.

— Ebaa! Gritaram as crianças:

— Vai ter uma piscina com um escorregador bem grande? Perguntou a loirinha.

— Um pula-pula!  Disse a menorzinha careteira.

— Um campo de futebol.  Gritou o menino de cabelos encaracolados.

— Pois eu gostaria de jogar xadrez com você. Disse a menina maior.

O velho deu uma gargalhada:

— Vamos nos divertir muito!

E seguiram pelo caminho rindo e brincando.

 

 

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