Eugênio, o gênio rabugento
Vanessa Proteu
Pedro, Sofia e
Ester estavam brincando nos arredores do acampamento quando de repente: UAU!!! Avistaram algo extremamente brilhante no interior de uma gruta, eles
olharam com carinhas assustadas, porém tendo em seus olhos um fio de
curiosidade e esse fio teceu um sussurro vindo de Sofia, a mais corajosa entre
eles:
— Vamos até lá!
Pedro recusou, Ester assentiu com a cabeça. Eram dois
contra um, e assim não restou outra alternativa a não ser entrar na caverna e
descobrir o que seria aquele objeto estranho. E lá foram eles contando os passos bem devagar, até verem que aquilo era uma lâmpada, mas não uma lâmpada comum com a qual eles estavam
acostumados. Era algo mágico, brilhante,
esférico e com alças. Sofia pegou o
objeto e seus amigos gritaram:
— Sofia, não faz isso!
— Mas ela não se importou, pegou a lâmpada, esfregou-a
com a borda de sua roupa e o objeto brilhou ainda mais, de modo que todos
cobriram os olhos. E, quando abriram se depararam com ser magricelo com barbas
e bigodes espichados.
— Quem é você? - Disse Pedro e a criatura respondeu com
voz firme:
— Eu sou Eugênio,
moro nessa lâmpada. Por que me
incomodam, crianças levadas? Se pensam que vou ajudá-las a encontrar o caminho
de casa, estão muito enganadas. —
Esbravejou enquanto alongava os seus braços finos e limpava a garganta.
A mais falante do grupo respondeu:
— Nós nem estamos
perdidos, apenas ficamos curiosos!
— Pois saibam que curiosidade matou o gato. - Completou o
gênio.
— Mas a gente te
libertou. - Pedro disse, com as palmas das mãos voltadas para cima.
Eugênio retruca alegando não ter pedido nenhuma ajuda,
mas as crianças insistem:
— Poderia ao menos agradecer, está todo amassado. Aposto
que está melhor aqui fora. Hahahaha - riram.
— Crianças petulantes!!! Era para eu ter sido encontrado
por adultos, pelo menos esses sabem o que querem, assim eu poderia
realizar-lhes três desejos.
As crianças cochicharam:
— Ele falou desejo?
— Sim, eu ouvi...
Elas se voltaram para Eugênio e falaram quase que em
couro:
— Por favor, realize nossos desejos!!!
Eugênio, rabugento
que só, disse em tom de superioridade:
— Por que eu faria isso?
— Porque nós queremos ser seus amigos, argumentou Pedro.
O gênio pensou por um instante e ainda cheio de si virou-se para eles e disse
que tudo bem, apesar de ele achar que não precisava de amigos.
— Acho que vai ser
divertido, mas vou conceder apenas três desejos. Decidam quem os receberá.
As crianças se entreolharam e decidiram que cada uma
faria um pedido ao gênio.
A primeira, como já era de se esperar devido à
personalidade impulsiva, foi Sofia. Ela pediu ao gênio que ela e seus amigos
nunca se separassem. Eugênio imaginou que a menina fosse pedir algo material e
ficou surpreso com o pedido. Assim, girou em volta dos três e eles foram
envolvidos por uma luz forte e essa luz foi se transformando em um arco-íris e
o gênio disse que o desejo da menina tinha sido realizado.
A segunda a pedir foi Ester, pois Pedro era um cavalheiro, e deixou que as meninas pedissem em sua frente.
Ester pediu ao seu novo amigo que todas as crianças pudessem ter brinquedos
iguais a ela. Então, Eugênio rodopiou em torno deles e mais uma vez a luz os
envolveu e gotículas douradas caíram sobre eles e o gênio disse:
— Seu desejo se realizou.
Por último, Pedro... Todos estavam ansiosos para saber o
que o garoto ia pedir. Havia tantas coisas se passando na mente das meninas e
de Eugênio. O que será que Pedro vai pedir? Tentavam adivinhar em seus
pensamentos.
— Então, criança, faça logo seu pedido. Diga o que você
quer e me deixem em paz.
Então Pedro deu um sorrisinho sarcástico deixando à
mostra a covinha de amor em sua face e disse:
— Eu quero que o gênio se torne criança e seja nosso
amigo!
E as meninas gritaram e comemoraram o pedido de Pedro, e
o gênio ranzinza teve que atender o pedido do menino. Abandonar a lâmpada onde
passou a vida inteira espremido e ser uma criança. Mais uma vez, a luz tomou
conta deles, era como se um imenso raio de sol os contornasse, mas a
temperatura estava agradável. Todos fecharam os olhos e, quando abriram, o
gênio rabugento havia sumido com sua lâmpada mágica.
As crianças saíram dali e, na segunda-feira, foram para a
escola. Estavam empolgadas para contar aos amigos o que havia acontecido.
Então, em meio ao zum-zum-zum, a professora pediu silêncio:
— Shhh! Crianças, fiquem quietas! Quero apresentar a
vocês seu novo colega de classe.
Para a surpresa de Pedro, Ester e Sofia, o nome do seu
novo colega era Eugênio. Mas agora ele não possuía uma lâmpada e não era mais
tão rabugento.
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