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terça-feira, 11 de junho de 2024

Eugênio, o gênio rabugento - Vanessa Proteu

 






Eugênio, o gênio rabugento

Vanessa Proteu

 

 Pedro, Sofia e Ester estavam brincando nos arredores do acampamento quando de repente: UAU!!! Avistaram algo extremamente brilhante no interior de uma gruta, eles olharam com carinhas assustadas, porém tendo em seus olhos um fio de curiosidade e esse fio teceu um sussurro vindo de Sofia, a mais corajosa entre eles:

— Vamos até lá!

Pedro recusou, Ester assentiu com a cabeça. Eram dois contra um, e assim não restou outra alternativa a não ser entrar na caverna e descobrir o que seria aquele objeto estranho. E lá foram eles contando os passos bem devagar, até verem que aquilo era uma lâmpada, mas não uma lâmpada comum com a qual eles estavam acostumados.  Era algo mágico, brilhante, esférico e com alças.  Sofia pegou o objeto e seus amigos gritaram:

— Sofia, não faz isso!

— Mas ela não se importou, pegou a lâmpada, esfregou-a com a borda de sua roupa e o objeto brilhou ainda mais, de modo que todos cobriram os olhos. E, quando abriram se depararam com ser magricelo com barbas e bigodes espichados.

— Quem é você? - Disse Pedro e a criatura respondeu com voz firme:

 — Eu sou Eugênio, moro nessa lâmpada.  Por que me incomodam, crianças levadas? Se pensam que vou ajudá-las a encontrar o caminho de casa, estão muito enganadas. — Esbravejou enquanto alongava os seus braços finos e limpava a garganta.

A mais falante do grupo respondeu:

 — Nós nem estamos perdidos, apenas ficamos curiosos!

— Pois saibam que curiosidade matou o gato. - Completou o gênio.

— Mas a gente te libertou. - Pedro disse, com as palmas das mãos voltadas para cima.

Eugênio retruca alegando não ter pedido nenhuma ajuda, mas as crianças insistem:

— Poderia ao menos agradecer, está todo amassado. Aposto que está melhor aqui fora. Hahahaha - riram.

— Crianças petulantes!!! Era para eu ter sido encontrado por adultos, pelo menos esses sabem o que querem, assim eu poderia realizar-lhes três desejos.

As crianças cochicharam:

— Ele falou desejo?

— Sim, eu ouvi...

Elas se voltaram para Eugênio e falaram quase que em couro:

— Por favor, realize nossos desejos!!!

 Eugênio, rabugento que só, disse em tom de superioridade:

— Por que eu faria isso?

— Porque nós queremos ser seus amigos, argumentou Pedro. O gênio pensou por um instante e ainda cheio de si virou-se para eles e disse que tudo bem, apesar de ele achar que não precisava de amigos.

 — Acho que vai ser divertido, mas vou conceder apenas três desejos. Decidam quem os receberá.

As crianças se entreolharam e decidiram que cada uma faria um pedido ao gênio.

A primeira, como já era de se esperar devido à personalidade impulsiva, foi Sofia. Ela pediu ao gênio que ela e seus amigos nunca se separassem. Eugênio imaginou que a menina fosse pedir algo material e ficou surpreso com o pedido. Assim, girou em volta dos três e eles foram envolvidos por uma luz forte e essa luz foi se transformando em um arco-íris e o gênio disse que o desejo da menina tinha sido realizado.

A segunda a pedir foi Ester, pois Pedro era um cavalheiro, e deixou que as meninas pedissem em sua frente. Ester pediu ao seu novo amigo que todas as crianças pudessem ter brinquedos iguais a ela. Então, Eugênio rodopiou em torno deles e mais uma vez a luz os envolveu e gotículas douradas caíram sobre eles e o gênio disse:

— Seu desejo se realizou.

Por último, Pedro... Todos estavam ansiosos para saber o que o garoto ia pedir. Havia tantas coisas se passando na mente das meninas e de Eugênio. O que será que Pedro vai pedir? Tentavam adivinhar em seus pensamentos.

— Então, criança, faça logo seu pedido. Diga o que você quer e me deixem em paz.

Então Pedro deu um sorrisinho sarcástico deixando à mostra a covinha de amor em sua face e disse:

— Eu quero que o gênio se torne criança e seja nosso amigo!

E as meninas gritaram e comemoraram o pedido de Pedro, e o gênio ranzinza teve que atender o pedido do menino. Abandonar a lâmpada onde passou a vida inteira espremido e ser uma criança. Mais uma vez, a luz tomou conta deles, era como se um imenso raio de sol os contornasse, mas a temperatura estava agradável. Todos fecharam os olhos e, quando abriram, o gênio rabugento havia sumido com sua lâmpada mágica.

As crianças saíram dali e, na segunda-feira, foram para a escola. Estavam empolgadas para contar aos amigos o que havia acontecido. Então, em meio ao zum-zum-zum, a professora pediu silêncio:

— Shhh! Crianças, fiquem quietas! Quero apresentar a vocês seu novo colega de classe.

Para a surpresa de Pedro, Ester e Sofia, o nome do seu novo colega era Eugênio. Mas agora ele não possuía uma lâmpada e não era mais tão rabugento.




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