O SUCESSO DO DR. ALEX
Claudionor Dias da Costa
O jovem de vinte e seis anos, Dr. Alexandre Pontes escolheu
fazer sua residência médica, tão necessária para sua experiência na difícil
profissão que escolheu, na cidade de Catanduva, interior de São Paulo.
Era conhecido como Dr. Alex. Muito simpático e
comunicativo se relacionava muito bem com as pessoas tanto no hospital em que
trabalhava quanto com os vizinhos e amigos.
Morava sozinho, por ser solteiro, numa pequena casa,
não muito longe do trabalho onde costumava ir a pé.
Era uma pessoa simples e dedicada demonstrando que queria
progredir e se realizar, após uma vida difícil que exigiu sacrifícios dele e da
família para concluir os estudos.
Seu pai, operário de fábrica pequena de calçados e
sua mãe trabalhando como doméstica conseguiram propiciar carreiras importantes a
ele e seu irmão, que se formou em Direito.
Os dias se sucediam numa rotina até bem cansativa
de atendimento à pacientes que eram numerosos e exigiam atenção plena. Dr. Alex
tinha por especialidade a ortopedia, mas, naquele hospital era obrigado a se
envolver em diversos tipos de atendimento.
Numa tarde de sábado em que fazia plantão, recebeu
o chamado do setor de Pronto Socorro para comparecer rapidamente, era uma vítima
de acidente.
Ainda no corredor recebeu a entrada de maca com
pessoa sangrando bastante, com muitas dores e exigindo cuidados imediatos. Solicitou
à enfermeira que fizesse a triagem para medir sinais vitais, procurasse
higienizar o sangramento e levasse para à sala ao fundo de cirurgia, pois a
perna certamente necessitaria de cirurgia.
Trocou rapidamente o jaleco, colocou toca, luvas e
correu para a sala.
E somente ali se deu conta que se tratava de uma moça
que havia se acidentado em motocicleta e encontrava-se com uma perna e braço
quebrados. Fez os primeiros cuidados auxiliando a enfermeira na assepsia e
providenciou de imediato o Raio X dela.
A perna teve fraturas expostas que deveriam ser
corrigidas na cirurgia, processo que durou aproximadamente duas horas. O braço
foi engessado, coisa mais simples.
Maria da Glória teria que ficar mais algum tempo em
observação, assim, Dr. Alex passou a acompanhar a recuperação dela.
As fraturas da perna exigiam maiores cuidados:
— Você deverá ficar algum tempo imobilizada, cerca
de trinta dias. Após isto, devo examiná-la, avaliaremos melhor.
Contudo, ele passou a pensar insistentemente, no
que aconteceu àquela moça que
escapou por pouco naquele terrível acidente. Seu caso na perna não era tão
simples. Não mencionou isto para não preocupá-la mais.
Depois de trinta dias, ela retornou ao hospital.
Dr. Alex a atendeu com a simpatia habitual e após examiná-la
disse:
− Maria da Glória, você deve ter bastante paciência
com sua perna. Faremos fisioterapia. Contudo, ainda terá alguma dificuldade
para andar e provavelmente teremos que fazer nova cirurgia.
O caso daquela moça passou a interessá-lo muito. Não
era fácil.
Começou a investigar próteses que deveria usar.
Estudou bastante e em contatos com colegas que trabalhavam na pesquisa de
equipamentos da área concluiu que havia algumas alternativas. Mas, eram
adaptações do que precisava. Nessas pesquisas que duraram alguns meses, teve que prorrogar o tratamento para a Maria da
Glória começou a redesenhar possível prótese que seria fundamental e precisa
para ela.
Seus colegas em São Paulo o ajudaram a definir o
material e formato do que precisaria. E assim, conseguiu chegar a um modelo adequado.
Marcou nova cirurgia e implantou a prótese
elaborada por ele.
Muito tempo depois e mais seis meses de
fisioterapia permitiram a cura de Maria da Glória, que foi festejada por todos
que conseguiu envolver.
A prótese que criou foi divulgada em revista
cientifica, patenteada e tornou o Dr. Alex muito conhecido, pois seria adotada
para muitos outros pacientes.
O sucesso que obteve, não subiu à sua cabeça e
nesse processo todo convém mencionar que ele e Maria da Glória se apaixonaram, casaram-se
e hoje ambos correm atrás de dois garotos bonitos frutos desse encontro que
começou com um acidente.
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