PEDRO, O ESCRITOR POLICIAL
Alberto
Landi
Pedro
Rosenthal escritor de profissão, sentado em um banco de uma praça próximo a sua
casa, foi abordado por três indivíduos, pertencentes a uma quadrilha.
Um deles,
pelo celular informa ao mentor do sequestro.
— Nós
o pegamos, estava fumando cigarro no jardim da praça. Paramos com um carro
roubado, vidros escuros, baixamos só o do motorista e pedimos informações. Ele
se aproximou e o capturamos, apontamos uma arma, ele não sabe, mas é de
brinquedo.
Pedro
escreve romance e conto policial, menciona nomes e detalhes de pistolas e revólveres,
é conhecido pelos seus livros de detetives e criminosos, foi ironicamente rendido
por uma arma de brinquedo!
Colocado
em cativeiro numa sala, ele está sendo forçado a fazer um conto policial e não
vai ser libertado até que a família pague o resgate, e que sejam produzidos
pelo menos dois contos policiais.
Enquanto
isso, uma testemunha liga para família e informa:
Eu
vi tudo, sei de tudo! Não paguem nenhum resgate!
O
esconderijo onde ele se encontra, fica na periferia, ao lado de um deposito de
ferro velho.
Esse
grupo, na realidade, é de fãs dele, que tiveram a idéia de praticar esse ato,
obrigá-lo a escrever algo bom, porque há muito tempo não escrevia nada, sendo
que a última coisa que fez foi uma poesia, nada a ver com o seu perfil.
Os “sequestradores”
querem um conto policial com tensão, crimes, submundo. Pensaram que ele tivesse
perdido a inspiração ao vender as obras policiais anteriores a produtores de
filmes.
O
tempo está escasso, o grupo está muito tenso e preocupado pela ação criminosa
cometida.
Nos
noticiários matutinos em TV e radio, a policia informou que há um retrato
falado dos criminosos, mas estes pensam que se trata de uma grande jogada
policial para amedrontá-los.
Mal
sabe a polícia que são meros leitores de livros policiais e de jornais,
conhecem a lógica dos detetives.
A
família informa aos criminosos, que não tem dinheiro para o resgate. Além dos
romances, contos e poesia, ele é um escritor eclético, não é rico, os livros
não dão tanta grana como pensam.
— É
impossível que ele tenha torrado todo o dinheiro, pois ele vendeu toda a obra
policial, comentava um deles.
Pedro,
mal conversava, escrevia um livro a pedido da quadrilha. Ele só permitia ler os
contos depois de terminado.
A
tensão aumentou, com o decorrer dos dias. O carro usado na captura foi
identificado bem como o seu proprietário, para investigações.
Mas
o fato é que uma testemunha viu e sabia de todo o plano, pois rejeitou a oferta
dos criminosos para participar.
O
local foi descoberto, cercada por várias viaturas, sendo todos eles presos, e
Pedro libertado.
O
autor intelectual do delito confessou, alegando que só queriam ter em sua posse
no mínimo um conto policial, produzido em cativeiro e sob estresse, para dar
mais emoção.
Tudo
isso reaproximou Pedro da ficção policial.
No
local do cativeiro foram encontradas anotações, arma de brinquedos, notebook e
celulares.
Isso
foi uma grande jogada de marketing para o escritor, porem o sequestro realmente
ocorreu e os criminosos punidos de acordo com a lei!
Pedro
tornou-se famoso e inspirado após o ocorrido, pois sentiu na pele toda tensão e
medo de um “real” sequestro!
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