"SRA. SMITH"
Hirtis Lazarin
Sra. Smith, mulher de
excepcional formosura.
Sra. Smith, pintura
irretocável.
Sra. Smith, esbelta,
longilínea, uma escultura de Rodin.
Cabelos negros e sedosos que
exaltam a pele fina, quase translúcida
Olhos penetrantes, inquietos,
curiosos, um raio X capaz de dissecar, numa fração de segundos, cada
detalhe, cada perigo escondido num canto qualquer.
A boca. .A boca, uma rosa
carnuda,
uma rosa oferecida,
uma rosa ardente,
uma rosa ansiosa pra ser desfolhada.
E oferecer o mel.
o mais doce,
o mais inebriante,
o mas enlouquecedor.
Sra. Smith, dona de
delicadeza,
que impressiona,
que hipnotiza,
que enlouquece, até mesmo os mais experientes homens.
Seria ela um anjo?
Ou uma deusa?
Ou uma bruxa disfarçada de
princesa?
Essa mulher guarda um segredo:
atração por armas de fogo. Sabe manuseá-las com perfeição e rapidez,
desde pistolas à metralhadoras.
Uma leoa ágil à procura da caça
rara.
Um puma que ataca, que
estraçalha no silêncio.
Essa paixão transforma-a numa
mulher poderosa,
numa mulher destemida,
numa mulher cruel,
numa matadora de aluguel.
Que exibe a presa que sofre,
que sangra,
que desfalece,
que exala o último suspiro.
Mulher que triunfa,
que ri sarcasticamente,
que se delicia diante da presa dominada e morta.
Missão cumprida.
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