A GRANDE JORNADA - CONTO COLETIVO 2023

AINDA HÁ TEMPO PARA AMAR - CONTO COLETIVO 2011

FIGURAS DE LINGUAGEM

DISPOSITIVOS LITERÁRIOS

FERRAMENTAS LITERÁRIAS

BIBLIOTECA - LIVROS EM PDF

quarta-feira, 13 de agosto de 2025

Janela, janelinha - Pedro Henrique

 

 


    Janela, janelinha, me diga o que tens para mim. Revele-me teu corpo, teus olhos, tuas cicatrizes.
     Janela, janelinha, ouvi dizer que já pegaste muitas chuvas. Ouvi falar que contra ti pedras foram lançadas.
     Diga-me, janelinha: dói ser tão desprezada?
     Escutei teu grito ontem à noite e me perguntei o porquê de não fugires dessa casa? O porquê não te vai embora?
     Então, lembrei-me de que desde seu nascimento está presa a isso tudo.
     Lembrei-me de que há no mistério da vida um vasto oceano com todos os teus segredos…
     Inerme, foi-te destruída pelas mãos dos homens e, hoje, ouço seu choro na fria madrugada.
     A tristeza tem família grande e sei que dizer que “tudo vai passar” é um ato de crueldade contra ti.
     Portanto, minha cara janelinha, dou-te apenas minhas condolências.
     Rezo para que se cure e uma nova casa encontres.
     Siga em frente, meu doce lírio-do-vale, siga em frente.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

DEIXE AQUI UMA MENSAGEM PARA O AUTOR DESTE TEXTO - NÃO ESQUEÇA DE ASSINAR SEU COMENTÁRIO. O AUTOR AGRADECE.

Cleuza entre o topo e o fundo. - Alberto Landi

    Cleuza entre o topo e o fundo. Alberto Landi   Diziam na cidadezinha onde vivia que Cleuza nasceu para brilhar, mas a verdade é qu...