AS PORTAS DA VIDA
Helio Fernando Salema
Creio que das primeiras portas pelas quais passamos, ao entrarmos neste mundo, nós não nos recordamos. Mas já nos primeiros anos sentimos a presença, muitas vezes fortíssimas, das portas invisíveis. Não … Eu disse que Não… Aí você não pode … E assim por diante...
Em alguns momentos, a porta se abre e, aquele simples objeto conquistado se torna um presente, é permitido brincar livremente, mas se for levado à boca, a porta se fecha com alto e bom som… NÃO.
Assim prossegue com o “porteiro” insistindo do mesmo modo, acreditando que a criança vai entender o significado rápido e facilmente. Talvez o porteiro não saiba outra maneira de explicar ou de se fazer entender. A sua própria porta para o conhecimento pode ainda estar fechada.
Com o passar dos anos vamos percebendo que há muitas portas abertas, e outras, embora fechadas, nos permitem abri-las. Assim a juventude se torna um período de expansão do espaço físico e social. A todo momento nos deparamos com portas fechadas, que abrimos com as mãos e outras, simplesmente as ignoramos, dando meia-volta. Obviamente ambas com suas consequências.
Mesmo na vida adulta, há momentos em que não sabemos o que nos espera após transpormos certos limites, principalmente os ainda desconhecidos. Avançando vamos aprendendo com as nossas próprias experiências e, também, com as dos outros. Quando percebemos alguém tropeçando ou escorregando, podemos pensar porque não evitou? Mas, certamente será muito difícil escaparmos dos nossos próprios tropeços e escorregões.
Provavelmente seja por isso que há tantas portas fechadas a sete chaves, dificultando o nosso caminhar consciente e isso, explica a existência da “ORAÇÃO DAS TRÊS CHAVES DE SÃO PEDRO”, embora pouco conhecida. A primeira, de ferro, que abre e fechas as portas da existência terrena, a segunda, de prata, as portas da sabedoria e, a terceira, de ouro, as portas da vida eterna.
É na adolescência que começa a nossa percepção das
dificuldades e facilidades com as portas, principalmente as invisíveis. Mas é
no período adulto que estas mais nos afligem e, muitas vezes, temos que usar a
chave de ferro para os problemas mais comuns. A de prata para os que nos
perturbam intensamente e, a terceira, de ouro ao sentimos que o fim, neste
mundo, está próximo. É quando para nós o sol já não brilha tão intensamente e a
sabedoria acumulada nos anos, mais o conhecimento adquirido com as portas e
seus caminhos, nos ajudam a transpor a derradeira desde mundo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
DEIXE AQUI UMA MENSAGEM PARA O AUTOR DESTE TEXTO - NÃO ESQUEÇA DE ASSINAR SEU COMENTÁRIO. O AUTOR AGRADECE.