CROCK
O JACARÉ FAMOSO
Henrique Schnaider
Crock era um jacaré bonzinho, sempre sorridente,
morava num zoológico lá no mundo da fantasia. Desde que nasceu era diferente dos
outros jacarés. Tinha muita amizade com a garotada que vinha todos os domingos
aproveitar o parque e não deixava de fazer uma visita a ele. As crianças traziam
sorvete que era o doce mais saboroso e mais apreciado por ele, adorava os
sabores coco limão e morango.
Ele nasceu diferente dos seus irmãos que eram muito
ferozes. Seus dentes não eram ameaçadores, em vez de patas tinha dois bracinhos
e mãos e daí podia segurar os sorvetes de três bolas e se lambuzar todo, se
deliciar com o que ganhava principalmente os sorvetes.
Ele não via a hora de chegar os finais de semana já
que recebia inúmeras visitas das crianças que vinham cheias de docinhos pipocas
bexigas e imitação de bichos todos coloridos de rosa amarelo e verde um
verdadeiro arco íris, amarradas em cordão. A alegria era grande e o ambiente
era dominado por uma pela felicidade e tristeza não tinha vez por lá.
Wilson um rapaz de trinta anos era seu melhor amigo.
Mas havia uma menininha de nome Letícia que era a cara da miséria, pobrezinha
que vinha ao Zoo na companhia da mãe e sempre dava uma passada no local onde
ficava o Crock e uma boa amizade aconteceu.
Crock descobriu que podia falar já que era todo
diferente e tinha todos estes dons que não havia ainda usado. Viu que podia
escrever também. Com todas estas qualidades e com muito dó da pobre menina e
sua mãe, pensou em uma forma de ajudar.
Arrumou uma folha de papel e caneta tipo pincel que
as crianças lhe deram e resolveu escrever um cartaz com letras bem grandes e
perfeitas que diziam o seguinte:
— Para vocês meus amigos que vem todos os domingos
me trazer sorvetes, estou escrevendo este cartaz pois queria pedir para que
ajudassem uma amiguinha minha, a Leticia. Ela e sua mãe são muito pobres.
Portanto vocês que estão bem de vida façam alguma coisa por elas.
Naquele mesmo domingo veio ao local visitar o Crock
um senhor de nome Roberto muito rico. Acompanhado de sua esposa e da filha e
quando leu o cartaz, emocionado perguntou ao jacaré:
—Oi Crock foi você que escreveu este cartaz? Puxa
que interessante você além de falar, escreve muito bem, mas quem são estas
pobres pessoas? Gostaria de conhecê-las e quem sabe poder ajudá-las.
Crock todo contente respondeu:
—Que bom Sr. Roberto elas foram ali comer alguma
coisa e já voltam, por favor aguarde um pouco.
— Sim Crock claro que aguardarei.
Dali a alguns minutos chegaram Leticia e a mãe. O
jacaré fez as devidas apresentações.
Roberto ficou encantado com a educação das duas e
fez o convite para fossem com ele para a sua casa grande morar lá. Ele iria
aproveitar a mãe nos serviços da casa e iria pagar todos os estudos de Leticia.
A partir daí todos os domingos eles vinham ver o
Crock. Leticia e a mãe, Roberto a esposa e filha. Nos estudos Leticia foi excelente aluna e com
passar dos anos se formou em Veterinária e nessas voltas que a vida dá, acabou
se tornando a Diretora Geral do Zoo.
Era importante para ela uma visita diária ao Crock,
já velhinho e sempre dizia:
— Crock serei eternamente grata pelo que você fez
por mim e minha mãe, algo que mudou a minha vida e você será sempre um
verdadeiro pai que eu não tive. Lágrimas rolaram dos olhos do jacaré.
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