DOIS LÁPIS
ALBERTO
LANDI
Lá
no fundo da gaveta, havia dois lápis.
Um
era novo, bonito, de uma fabricação bem conhecida, com ponta muito bem-feita.
O
outro, coitadinho, dava dó de ver. Sua ponta era rombuda, um toco de lápis, de
tanto ser usado e apontado.
O
lápis novo, que era grandão, olhou para o triste amigo e chamou:
— Olá,
toquinho! Você aí! Está me ouvindo?
— Não
precisa gritar, respondeu o toquinho, não sou surdo, não!
— Não
é surdo? De tanto apontar a sua cabeça, as suas orelhas desapareceram.
O
toquinho suspirou:
— É
mesmo! Perdi a conta de quantas vezes tive de enfrentar o apontador.
O
lápis novo continuou:
— Você
está feio e acabado! E eu novinho em folha!
— Estou
vendo! Me diga uma coisa lápis novo, você sabe o que é uma carta de amor?
— Você
ficou louco, toquinho de lápis?
— Sim,
fiquei, louco, triste, alegre e apaixonado! Velho e gasto também com o tempo. Estou
assim porque já vivi muito, e com grandes emoções. Estou um toco de tanto
escrever romance, crônica, aventura. Penso que valeu a pena ter vivido tanto,
ter escrito, mas como você me vê, acabando desse jeito, um velho toco.
E
você lápis novinho, ainda não teve tempo suficiente para viver emoções, mas
você vai chegar lá. E quando chegar já não existo mais!
O
lápis novinho, que era grandão, ficou envergonhado pois não sabia sequer
escrever uma poesia e também por fazer pouco caso do toco de lápis. Ele se
comporta como um lápis arrogante e o toco como uma condição de alegria, experiência
e sabedoria.
O
novo percebeu que nada aprendeu com o tempo, não pela sua inexperiência, mais
pela sua arrogância.
Penso
que no cotidiano das pessoas isso acontece.
Devemos
ter respeito pelos mais velhos, pois eles já tiveram várias experiências e
possuem grande sabedoria., temos sempre que valorizá-los não importando a sua
idade
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