UMA VIAGEM INUSITADA.
Do Carmo
- Uaaaaau! Grita Augusto. Não
acredito que finalmente estamos saindo de casa e logo mais estaremos entrando
no apartamento de Guarujá.
Com voz de veludo, Maria pede
que o filho se acalme e tente uma sonequinha.
A perspectiva de chegarem
rápido é extremamente remota, uma vez que a Rodovia dos Imigrantes estava
afogada de carros.
Rebeca continuava impassiva.
Sonhava acordada pensando se encontraria novamente aquele rapaz, com quem muito
conversou no feriado passado.
Rodaram por alguns quilômetros
em silencio. De repente tudo parado. A estrada era um tapete de luzes, de um
lado brancas, de outro vermelhas.
O engarrafamento era
assustador. Guardas Rodoviários passavam em motos com sirenes estridentes, tentando
fazer comboio, pois a Serra do Mar estava fechada pela serração.
Augusto acorda com o barulho
das sirenes e ainda sonolento pergunta:
- Chegamos? Que música é essa
que parece de louco?
- Filho, são sirenes, estamos
esperando nossa vez para continuarmos em comboio até o final da serra.
- Que horas são mamãe?
Pergunta Rebeca.
- Querida, são duas e vinte.
- Dormi. Que bom, não senti
agonia de estarmos tanto tempo parados. O que se pode fazer é apenas nos
programar para nosso final de semana. As aventuras que viverei, pessoas que
conhecerei e talvez encontrar quem eu sonhei.
Augusto olha desanimado para
aquele colar de faróis, aconchega-se no banco e adormece novamente.
O automóvel fica em silêncio e
logo começam a seguir caminho em compasso de manada cansada e depois de mais
três horas de viagem, saem da balsa do Guarujá e rapidamente chegam ao
apartamento.
Antonio está exausto, suado e
faminto. Não teve tempo sequer de lanchar. Em desabafo fala:
- Se eu encontrar o inventor
de feriados, eu faço um saboroso “Homem à Cabidela” acompanhado de Farofa de Ossos. Vou dormir.
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