O PADRE MISTERIOSO
Henrique
Schnaider
Elza
era uma mulher atraente, sua beleza resplandecia em botões de rosa se abrindo para a vida. Trabalhava
no campo, na fazenda de seu pai, colhendo maçãs, seus traços belos e rústicos,
chamavam atenção daquele condado.
Todas
as tardes, Elza pegava sua charrete, encilhava seu belo alazão cor de mel, ia
passear pelas ruas do condado, fazer suas compras, prosear com umas amigas e
porque não, desfilar sua beleza, perante os rapazes que só tinham olhares
gulosos para ela.
Entrava
no armazém do senhor Mauro, sempre religiosamente as quinze horas, assim que
aparecia na porta, todos olhares, se voltavam para a sua beleza reluzente.
Terminadas
as suas tarefas, voltava para casa, para ajudar sua mãe nos afazeres, inclusive
o jantar, já que a garota era cozinheira de mão cheia.
Assim
que chegou, Elza disse a sua mãe: “sabe que eu vi lá Igreja, que vai ter um
curso profissionalizante, eu gostaria de fazer, começará a semana que vem, será
dado pelo padre Luiz, que ainda não conheci”. Irene a mãe lhe disse, “filha, se
te agrada fazer o curso, vá e faça”.
A
garota na flor de seus dezoito anos, com a inocência de uma mulher interiorana,
sonhava em achar seu príncipe encantado, construía seus castelos de sonhos,
imaginando como seria lindo seu amor, pai de seus futuros filhos.
Assim
Elza adormecia, embalada por seus sonhos encantados, dormia cedo, já que
acordava no primeiro trinado, daquele pássaro azul, que sempre no mesmo horário
pousava no parapeito de sua janela.
Na
semana seguinte, Elza foi ao condado, pois iniciaria as aulas com padre Luiz,
ansiosa para aprender uma profissão.
Chegando
a Igreja foi direto a sala de aula, assim que entrou viu o padre, ele também percebeu,
seus olhares se encontraram, foi como, cupido os tocasse, ambos sentiram um
frio na espinha.
Durante
a aula várias vezes seus olhares se cruzaram. Padre Luiz pensava, “não posso
olhar esta mulher com os olhos do amor, mas não consigo evitar”, Elza por sua
vez imaginava, “como posso me sentir atraída por ele, já que antes de ser um
homem, é um padre, mas não consigo resistir”.
Os
dias se passaram, a atração de ambos aumentava, até que acabaram se encontrando
no campo, fora do condado, não resistiram, esqueceram de tudo que os impedia,
se abraçaram, trocaram doces beijos, a paixão aflorava intensa, ficaram horas
se amando.
Padre
Luiz, pensava em abandonar a batina e se casar com Elza, ela por sua vez não
via a hora disso acontecer.
No
povo do condado, a fofoca rolava solta, corria de boca em boca, na missa com o
padre, o burburinho não parava, a coisa foi ficando difícil, mas enquanto a
situação não se resolvia, toda a madrugada um misterioso padre cruzava a
pequena rua do condado. Fazia a travessia silenciosamente, tomando todas as
precauções para não ser visto.
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