PRISÃO DA MORTE
Henrique
Schnaider
A
prisão de San Quentin é de segurança máxima, apesar disso, vários presos
conseguiram empreender fuga dali com sucesso.
Sempre
vigiados por vinte e quatro horas, engenhosos, conseguem ludibriar as
autoridades, comunicam-se entre si, passam objetos uns aos outros, provocam
rebeliões sanguinárias, fugas espetaculares.
Apesar
do ambiente péssimo, os presidiários fazem de tudo para tornar as coisas mais
amenas, procuram se manter alegres, enfeitam as celas, afastando o pesadelo de
uma morte triste.
Rui depois
de cinco anos, preso por assalto seguido de morte, tinha uma ideia fixa, fugir
dali para sempre, tendo certeza que nunca encararia a hora fatal da execução.
O
rapaz pensava, como vou aproveitar cada minuto, quando estiver livre, farei
tudo aquilo que não fiz antes de cair em desgraça.
Estudou
minuciosamente, cada detalhe dos costumes dos guardas, de todo o sistema de
segurança e de vigilância da prisão, concluindo que a madrugada era o melhor
horário para realizar o plano de fuga.
Sem
pressa, fabricou uma chave falsa, porem não conseguia abrir a cela, falhou no
seu intento, tornando a fuga inviável.
Imaginou
outro meio de obter sucesso na empreitada, conseguiu fazer uma lima com restos
de coisas escondidas, pois tinha todo tempo do mundo para ir juntando.
Aos
poucos conseguiu romper a trava da cela. Finalmente em uma madrugada gelada, escapou,
morrendo de medo do fracasso.
Saiu
se esgueirando, aproveitando a escuridão, pensando, desta vez vou conseguir.
Tudo
estava dando certo, ansioso suava frio, será que fracassarei, espero que não,
sou inteligente, mais esperto do que eles, vou rir muito, por conseguir ludibria-los.
Rui
conseguiu chegar aos muros da prisão, silencio tumular em volta, já enxergava o
mundo delicioso da liberdade.
Começou
a escalar o obstáculo, com uma certa facilidade, um salto, sentia-se com asas
ao pular para o lado de fora do presidio.
De
repente, luzes, guardas por todos os lados, incitando seus mastins ferozes para
cima do indigitado rapaz, que viu seus mais dourados sonhos desfeitos, fracasso
era a única coisa, que Rui conseguia pensar, só de imaginar voltando para a
cela, preferia morrer ali mesmo.
Poucos
meses depois, findaram todos os recursos. Chegado o dia fatal da execução, Rui
fez a ultima refeição, preparando-se para morrer.
Levaram
o jovem para a sala do horror, colocaram as amarras nos braços, pernas, pescoço
e cabeça, o guarda foi ligar a cadeira elétrica.
Um
grito veio de fora, suspendam tudo, pois atendendo a um último pedido do
advogado, o Presidente do País, resolveu conceder o perdão da pena de morte,
transformando em prisão perpétua, Rui estava salvo, não morreria, mas amargaria
a prisão para o resto da vida.
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