UM TREM COM ALMA
Henrique
Schnaider
Foguinho
era um trem que possuía alma e falava, sempre lembrando das histórias que seus
passageiros contavam.
Sorriu
lembrando-se do dia em que percebeu que Laura estava olhando fixamente pela
janela, notou-lhe o semblante de desespero, logo deduziu o pior, ela estava a ponto de um
suicídio Isso já havia acontecido antes e
Foguinho sabia bem como era. Diminuiu a velocidade ao extremo, rastejava pelos
trilhos dando à Laura tempo de arrepender-se. E
foi que aconteceu. Laura voltou para a cabine arrependida da intenção tresloucada.
Foguinho ria orgulhoso do que fizera salvando-lhe vida.
Foguinho
estava entrando na estação, cautelosamente, até que finalmente parou certinho
na plataforma de embarque dos passageiros. Ele era bom demais nestas manobras
ao parar nas estações. Resfolegando todo e observando com curiosidade as pessoas
que embarcavam.
Lá
vinha um casal muito simpático, acompanhado dos três filho, na maior alegria já
que iriam passar férias na fazenda que pertencia à família por mais de dois séculos, propriedade que lhes proporcionava muitas alegrias,
muito lazer e muitas comidas gostosas.
Foguinho
ouvia deliciado o filho do casal que queria andar a cavalo, pescar e comer as
deliciosas comidas e os maravilhosos doces caseiros que a Antônia fazia para eles com enorme prazer. Ah,
pensava Foguinho, quem me dera tirar umas férias também, ir para oficina e
entrar numa reforma completa.
De
repente o trem surpreso, observou dois policiais trazendo um preso algemado. Ouviu
quando um dos policiais disse ao preso que soubesse se comportar, enquanto
estivessem viajando no trem, pois se fizesse algo errado sua pena de detenção aumentaria.
Foguinho pensou e disse a si mesmo “acho que hoje teremos confusão”.
La
vinha um grupo de escoteiros alegres, porém muito disciplinados. Ia para as
montanhas acampar em treinamento de sobrevivência e Foguinho pensou como seria
bom se ele pudesse acompanhá-los e se divertir junto com a garotada.
O
trem deu um apito agudo e com todos a bordo, partiu vagarosamente levando todas
aquelas histórias para o seu destino e sentiu-se muito orgulhoso, já que seria ele
quem os levaria aos seus destinos.
Depois
de alguns dias enquanto Foguinho já trazia de volta aquela família que foi para
a fazenda, ouvia encantado as conversas
sobre todas as aventuras que aconteceram por lá.
Foguinho
olhou na segunda cabine e lá estavam os dois guardas que levaram dias antes o
preso algemado, e pela conversa dos dois
as coisas ocorreram na mais absoluta tranquilidade.
O
trem ficou na maior alegria quando viu o grupo de escoteiros retornando das
montanhas, chefiados pelo senhor Alberto, pelas conversas muito animadas,
Foguinho entendeu que as aventuras foram muitas.
O
velho trem pensou o quanto era feliz carregando seus passageiros e ouvindo
tantas histórias de vida.
Quero mais...
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