O TREM DA
ALEGRIA
Do Carmo
Sem falhar um dia, está parado na plataforma da cidadezinha de Boa
Ventura, o majestoso Trem da Alegria, nome adorado por ele mesmo, em consequência
de sua fama de milagroso
Chega pontualmente às quinze horas, em meio a grande algazarra, fica
esperando seus passageiros para levá-los à conquista da felicidade.
Há alguns dias ele está um pouco intrigado com uma das passageiras, que diariamente
faz a viagem sem descer do trem, quando chegam ao destino ela fica alheia ao
movimento dos viajantes ao descer, conversando em alta voz e quando voltam,
carregados de bugigangas, comentam os conselhos recebidos para resolverem os
problemas que os afligiam.
Orgulhoso de sentir-se responsável pela felicidade de tantas pessoas,
fica cantarolando enquanto espera seus passageiros acomodarem-se.
Na garagem, fica ansioso até chegar algum companheiro para,
ostensivamente contar as vitórias que ele ajudou a realizar.
Contudo, ele tem um sonho há muito acalentado: deslizar por trilhos de
outras estradas, não necessariamente grandes metrópoles, mas de pequenos
vilarejos, onde todos se conhecem e são amigos e que aplaudiriam a felicidade
conquistada.
Esse trem, se tivesse oportunidade de contar as histórias que conhece
sobre essas viagens, certamente receberia um premio Nobel de Colaborador da
Felicidade do Povo.
E assim pensando, com o coração feliz por ter cumprido com o seu dever,
adormece sorrindo, para sonhar com anjos que o protegem de acidentes.
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