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segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Plenitude - Hirtis Lazarin


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Plenitude
Hirtis Lazarin
(Texto elaborado coletivamente)

              Juventude... Quanta saudade!  A vida é bela, os planos e sonhos são muitos e o futuro não nos amedronta.

          Sara conheceu André no primeiro ano da faculdade de direito.  Um olhar mais demorado, uma atração incontrolável, amor à primeira vista.  Almas gêmeas.   Quando conheci o casal, passei a acreditar em almas gêmeas.

          Ambos advogados, juntaram conhecimento e competência.  Surgiu um escritório de advocacia que logo, logo tornou-se referência no meio empresarial.

           Foi um pulo só até que conseguissem desfrutar de uma vida tranquila, a casa dos sonhos, viagens, dois filhos e tudo o que o dinheiro pode proporcionar.

          O tempo voou.  Os filhos cresceram, criaram asas e partiram pra outro país.  E André, homem saudável, sofreu um enfarte fulminante e fatal com menos de sessenta anos.

          A casa ficou vazia.  Os amigos, os namorados, as músicas tocadas bem alto, o burburinho, tudo desapareceu.  Até as brigas faziam falta.

          Sara, agora, trabalhava só meio período.  Nos horários vagos fazia cursos.  E foi num desses cursos que ela encontrou razão pra viver sem André e longe dos filhos.

          Dispensou o jardineiro e passou a cuidar do imenso jardim que rodeava a casa.  Era tanto carinho e delicadeza que as flores retribuíam com mais beleza, mais formosura e mais perfume.

          Era um domingo de verão.  A temperatura mais alta que de costume.  Sara demorou no banho mais do que devia.  Vestiu um vestido de festa e perfumou-se com o perfume preferido de André.  

          A rede de renda branca, instalada no caramanchão envolto por galhos de primavera vermelho-sangue, convidou-a a repousar.

          O silêncio do entardecer era mágico e colorido pelos pios de pássaros que passeavam por ali.

          Sara adormeceu em paz como uma criança que adormece nos braços da mãe.

          E... nunca mais acordou.  


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