UMA HISTORIA VERDADEIRA
Do Carmo
Conheci uma garota, hoje
senhora, que teve uma reviravolta em sua carreira de trabalho, totalmente
inusitada.
Recém-formada em economia,
aluna exemplar de renomada faculdade paulistana, tenta conseguir emprego em
algum grande banco, sempre se decepcionando
porque não tinha experiência na função pleiteada e desiludida sabia que seu
currículo jamais chegaria nas mãos de algum diretor.
Mas, sempre há um mas, e o dela
não foi muito ao encontro de suas expectativas, mas era uma porta que se abria
para o futuro.
Soube que haveria concurso
público para a função de escriturário, dois meses após a inscrição. Ansiosa,
informou-se sobre o programa versado, comprou apostilas, frequentou uma
escola de datilografia, na época não havia computador.
Finalmente chegou o sábado, dia
da prova escrita, cujo resultado seria publicado na terça feira seguinte e os
aprovados, fariam a prova prática no sábado seguinte, ou seja, datilografariam
um texto com vinte linhas, computando o tempo e erros.
Cinco dias de alegria
angustiante demorou uma eternidade.
Sexta feira ensolarada, lá vai
ela correndo comprar o Diário Oficial do Estado. Avidamente folheia-o e de
repente grita, passei, passei, vou fazer a prova de datilografia, amanhã! Mal
conciliou o sono, foi uma noite de preces esperançosas. Queria sentir-se
tranquila, porém, seu coração batia mais que um tambor. A sorte estava laçada.
Que alivio, terminou a doída
espera do resultado.
Quinta feira, outra corrida à
banca de jornal. Quando estava chegando, o garoto entregador correndo gritou:
- Você foi aprovada em décimo
segundo lugar!
Sem saber se ria ou chorava,
abraçou-se ao menino e depois de alguns minutos, voltou correndo para casa, sem
pagar o jornal.
Dez dias depois estava
empregada e foi designada para um grupo de engenheiros avalistas, de
correntistas que necessitam de empréstimos.
A desiludida economista
datilografava o dia inteiro. Mas...
Em certa reunião, foi
solicitada para secretariá-los, uma vez que a secretária faltara.
Que dia iluminado!
Atenta ao que falavam, para não
deixar escapar nada, percebeu que eles estavam aplicando um índice econômico
errado. Sem se dar conta, falou:
- Se vocês usarem tal índice,
será mais confortável para o cliente e a rentabilidade para o banco, será a
mesma.
Indignado, um dos senhores
disse:
-Como se atreve a falar assim?
O que você entende de economia?
Altiva, segura e aparentando
tranquilidade, contou sua história.
Outro senhor pediu para que
trouxesse seu Histórico Escolar, para examiná-lo.
Com o coração aos saltos pediu
licença para pegá-lo em sua mesa, uma cópia autenticada. Mal conseguia andar.
No dia seguinte, ela foi
chamada para apresentar-se ao Diretor Administrativo, que depois de algumas
perguntas, nomeou-a Economista Padrão.
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