A menina mais nova da família Arouche
Hirtis Lazarin
Era o sino da fazenda gritando:
Logo depois que a menina chorou, uma gritaria começou no quarto.
Eram o pai, a mãe, a avó e a tia. Todos se achavam no direito de ajudar na escolha do nome da menina.
Por que a mãe não decidiu isso antes? Nem ela soube responder, apesar de ser a filha número sete. Já tinha experiência suficiente no assunto.
E eu, a parteira, só conseguia ouvir um amontoado de sílabas. Até elas, inimigas, chocavam-se no ar: ploft, ploft, ploft.
Uma hora depois, chegou-se a uma concordância e o nome foi escolhido. Vocês podem nem acreditar. Juntaram algumas sílabas, as preferidas de cada um, e o nome foi formado:
Pul (do pai)
qué (da mãe)
ri (da tia)
a (da avó)
A avó até reclamou por conta da pequinês de um simples “a”.
A recém-nascida, já bem vestidinha no berço, abriu um berro.
Só se acalmou com um comprimidinho que o médico ministrou.
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