O
REI CIRO
Henrique Schnaider
O Rei Ciro era um déspota que vivia no reino de Hamora,
suas terras eram imensas. Centenas de cidades conquistadas à força. O facínora
governava com mão de ferro. Na medida que avançava com suas tropas, invadindo
territórios e cidades, chegava sem dó nem piedade, matando, destruindo e
queimando tudo que havia dos pobres habitantes. Tornava-os escravos para o
trabalho no campo, na base do relho, que lanhava e dilacerava os costados.
O pior eram os homens que ele escolhia para
construir imensos monumentos. Por onde passava costumava erigir estátuas em
exaltação a ele e aos seus valentes soldados. Os homens escravos eram tratados
com um pedaço de algo que lembrava um pão e água. O trabalho era orientado e
fiscalizado pelo seu homem de confiança Rimus, uma espécie de engenheiro de
edificações, um gênio na arte da construção de estátuas suntuosas exaltando o
rei e a rainha.
Quando o rei Ciro nasceu em berço esplêndido, sua
mãe, a rainha Shira o cobriu de todo carinho e amor. Seu bercinho era feito de
ouro maciço. Ao redor da rainha havia dezenas de amas inclusive de leite, já
que a rainha por infelicidade não conseguia amamentá-lo, era um poço seco.
O rei Taurus era um homem boníssimo. Amado pelo seu
povo, todos seus súditos o veneravam e as lendas corriam por todo Reino
aumentando sua fama. O povo acreditava que Taurus tinha poderes que vinham de
um outro mundo com o qual, só ele podia se comunicar. Era um mistério até onde
chegavam os seus poderes e do que ele era capaz.
Todos os habitantes de Hamora viviam muito bem, casa
boa, comida excelente. Recebiam toda atenção e carinho de Taurus. Formavam-se
filas na frente do Palacio Real para vê-lo e reivindicar o que precisavam. Eram
atendidos gentilmente pelo rei.
Assim os anos foram passando com paz e tranquilidade
no reino de Hamora. Porém na medida que Ciro crescia, contrariando todo o amor
e carinho que recebia da Rainha Shira, começou a mostrar um gênio ruim. Era
maldoso, cruel com os bichinhos que perambulavam pelo palácio. Quanto aos seus
servos, tratava-os da pior maneira possível e de forma cruel.
A fama de mal do Príncipe correu o Reino e todos o
temiam. O Rei Taurus bem que tentou mudar a forma de ser do filho, mas foi tudo
em vão e o pior de tudo é que já adulto tornou-se um valente e temido soldado. Começou
a desafiar o próprio pai o Rei Taurus com nítidas intenções de tomar-lhe o
Reino.
Ciro conseguiu uma legião de soldados comprados a
peso de ouro. Depois de uma luta feroz, tomou o poder do Reino e a partir daí
se tornou o Rei Ciro. Cruel, desumano, insensível. Sua ambição de conquistar
terras não tinha limites. Hamora virou o Reino do terror.
O Rei Ciro poupou a vida do Rei Taurus e da Rainha
Shira, mantendo-os em cativeiro. O povo de Hamora tornou-se infeliz e
revoltado, pois queriam que, apesar de idosos, verem e viverem sob o reino de
Taurus e Shira.
As tropas de Ciro avançavam cada vez mais
conquistando novos Reinos e praticando destruição e matança em massa. O problema
é que excesso de ambição, nem sempre dá certo e Ciro começou a perder o
controle dos seus Reinos. Começaram muitas rebeliões as quais o Rei Ciro não
conseguia controlar. Começou a recuar suas tropas fugindo para Hamora. Só que
neste interim o povo da cidade, também se revoltou, libertando o rei Taurus e a
Rainha Shira que retomaram o poder.
Quando Ciro chegou próximo a Hamora, foi recebido
pelas tropas fiéis ao Rei Taurus, houve uma grande batalha e o Rei Ciro acabou
sendo morto durante a luta, e imediatamente por causa da perda do líder, suas
tropas se renderam.
Ciro teve um funeral com todas as honras dignas de
um rei, mas o importante era que havia terminado seu reinado de terror.
O Rei Taurus apesar da idade avançada, ainda reinou
por muitos anos, devolvendo a paz e a felicidade ao povo de Hamora e aos Reinos
de toda aquela região.