FREDERICO
Henrique
Schnaider
Frederico tinha fama de ser um sujeito “faminto”,
morto de fome. Casou-se com Sônia uma mulher rica e vaidosa que gostava de se
cuidar, possuía uma bela silhueta, um corpo muito bem cuidado através de idas
frequentes ao cabeleireiro e plásticas e aplicações de Botox.
A tristeza da vida dela, era que o Fred, como ela o
chamava, era totalmente o contrário. Sujeito totalmente relaxado consigo mesmo.
Não era chegado num banho, usava roupas desgrenhadas e raramente trocava de
roupa. Sônia tinha que ficar pegando pesado para
conseguir alguma coisa boa dele.
Não que ele fosse “maldoso”, mas ele amolava a
esposa que tinha acabado de fazer as unhas. Dizia o “matreiro”, que estava com
muita fome e ficava pedindo que ela fizesse aquela comidinha que ele gostava.
Lá ia Sônia para o fogão satisfazer as vontades do marido.
Fred não ficou satisfeito e queria uma sobremesa
daquelas superdifíceis de preparar e que só engordava o guloso do marido. Sônia,
paciente, fazia todas as suas vontades. Porém, a paciência ia se esgotando.
Fred era “injusto” com a esposa, pois não era capaz
de fazer um único elogio para ela, apesar de ela merecer muitos.
O Fred só tinha olhos para as guloseimas e usava e
abusava da esposa que já estava com a chaleira fervendo.
Certo dia, Fred depois de se empanturrar de comidas
feitas pela Sônia. Comeu tanto, mas tanto que começou a passar mal. Foi parar
no hospital e acabou numa UTI com diverticulite, pois o estômago e os
intestinos não resistiram a tamanha comilança.
O guloso teve que passar vários dias internado no
hospital e quando teve alta, Sônia o fez prometer que iria se controlar na
comida, e ele jurou que faria isso.
Passados alguns dias e a promessa estava sendo cumprida.
Mas, assim como diz o ditado que “o lobo perde o
pelo, mas não perde o vício”, Fred voltou ao vício e “para comer um leão, mas
para trabalhar só nos empurrões”.
Sônia não aguentava mais aquela vida de servir ao
glutão. Um dia sem mais nem menos, fez as malas e foi embora para a casa da mãe
e deixou a fominha sozinho, morrendo de fome já que ele não sabia cozinhar,
preguiçoso como era. Iria precisar trabalhar se quisesse comer. Dessa forma
acabou a boa vida de Fred, o faminto.
excelente texto
ResponderExcluirBoa história, Henrique. Merece uma continuação.
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