AS MÃOS DE UM ESPECIAL ALGUÉM.
Do
Carmo
Minha atividade diária é bem rotineira, tanto nas
tarefas domésticas como no lazer. No entanto é bastante movimentada.
Como faço parte de vários grupos de senhoras, todas
nós, aposentadas, nos dedicamos a vários tipos de utilização de tempo ocioso.
Eu, depois da literatura, o qual maior prazer proporciona-me é o trabalho
manual em prol de crianças carentes.
Fazemos roupinhas em tricô, em tecidos bordados,
montamos enxovais para oferecer às mães necessitadas, e outras mil coisas
próprias para a ocasião.
Porém, entre nossas beneméritas fadas, destaca-se
uma “Fada de mãos de ouro”, que consegue transformar um pedaço de pano em uma
peça de arte.
Quando a conheci, pensei: como essa senhora
conseguirá segurar uma tesoura ou uma agulha, tendo os dedos das mãos tão
tortos?
Qual foi minha surpresa, ao ver com que com destreza
ela manuseava os tecidos, a tesoura e agulha, costurando e bordando com imenso
cuidado e carinho.
Sempre muito perfeita na confecção, ágil e
expedita, logo ficou também apelidada de Senhora Coelhinha. Suas mãos pareciam
duas formiguinhas gigantes, tal a rapidez com que se moviam.
Outra tarde, enquanto fazia meu tricô, recordei o
dia em que conheci a Senhora Coelhinha e ponderei o meu mau julgamento de suas
mãos.
Infelizmente, hoje em dia, ouvem-se mais
comentários de desgraças conseqüentes do mau uso das mãos, do que uma mão amiga
estendida para um irmão.
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