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quinta-feira, 23 de março de 2017

Um bibelô de madeira - Jany Patricio

                
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Um bibelô de madeira
Jany Patricio

Tenho em minha estante um objeto de madeira, pintado com flores vermelhas e folhas e um verniz dando acabamento. Guardo este bibelô em homenagem a uma mulher à frente do seu tempo.

        É uma singela recordação da minha vó. Uma pessoa amorosa, como todas as avós. Brincalhona e sorridente.

        Em momentos da sua vida, ela precisou romper com tudo. Deixou os quatorze filhos crescidos e marido para ir para a Europa. Não um outro continente. O jardim Europa, na Vila Mariana  que na época  era formado por chácaras, onde havia muito verde. Diferente dos dias de hoje que tem estação de Metrô, prédios, lojas, residências e muito asfalto.

        Imagino que sua vida não foi fácil. Porém só me recordo dela com um sorriso no rosto, contando muitas histórias e amada por todos, apesar da sua rebeldia, para a época.

        Depois de viver alguns anos em São Paulo, ela voltou para Paulo Afonso. Sua casa, próxima a rua principal do centro, era aconchegante e aberta para os amigos, parentes,  filhos e netos,  que passavam por lá todos os dias para almoçar, tomar um café ou simplesmente para lhe dar um bom dia e um beijo.

        Lembro-me dela sentada em sua cadeira de balanço, cercada de gente, rindo muito com alguns dos filhos piadistas.


        Certa vez em que estive em Paulo Afonso, ela me deu uma xícara e pires de porcelana, que infelizmente quebraram e este bibelô que guardo com carinho. Quando olho para ele, me recordo dos momentos alegres que passei em companhia dela, da sua história, da sua leveza e da sua fibra.

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