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quarta-feira, 16 de novembro de 2016

UM CRUZEIRO MARÍTIMO COM AMIGOS - Maria do Carmo


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UM CRUZEIRO MARÍTIMO COM AMIGOS
Maria do Carmo


A história que vou contar aconteceu em mil novecentos e setenta e nove, e não chegou a ser um cruzeiro, mas foi em uma escuna – Cruz Malta – com destino a Angra dos Reis, no fim de semana de Carnaval.

Um mês antes da viagem, eu e minha amiga, não fizemos outra coisa além de nos prepararmos para essa aventura, uma vez que iríamos ficar em alto mar, hospedados na dita escuna.

Os passageiros eram formados por casais, somente nós, duas jovens senhoras, é que formávamos dupla e não casal.

As cabines eram minúsculas, dormíamos em beliche, o banheiro era incrivelmente pequeno, o calor insuportável, o barulho do ventilador, ensurdecedor.

O que nos compensava dos transtornos da cabine era a paisagem que víamos em todos os ângulos, magníficas, exuberante; em todo redor do nosso ancoradouro, passavam iates com alegres jovens que nos acenavam, jogavam serpentinas, que retribuíamos com acenos e palmas.
As refeições eram soberbas, tudo pescado pela madrugada e servido com todo o requinte da gastronomia.

Todas as manhãs íamos de lancha até as praias vizinhas onde comíamos petiscos e bebíamos aperitivos extravagantes.

Bem, aventura muito ousada era o momento de passagem da escuna para a lancha que nos levava às praias.

A escada ficava colada no casco da escuna e a lancha boiando o mais encostado possível, acontece que o mas não para de movimentar-se, uma guerra de foice era esse momento. Estávamos a oito metros de profundidade, nós mortas de medo, não sabia nadar, solução? O capitão, logo no primeiro dia, agarrou-me pela cintura e pulou para a lancha, que balançou mais que uma gelatina. Ao voltarmos para o almoço, o pobre do rapaz colocava-me em seus ombros para que alcançasse a escada.

Virou rotina nos seis dias em alto mar – eu era a ultima a sair e a primeira a entrar, pois os espectadores não queriam perder um lance sequer.

E agraciada com essa recepção, vermelha tal qual um rabanete, encaminhava-me para a cabine e só saia quando percebia que todos estavam se preparando para o almoço.


Com todas essas peripécias, foi uma viagem magnífica, fizemos novos amigos, e até hoje nos encontramos, três vezes por anos, para revivermos nossa viagem na – ESCUNA CRUZ MALTA.

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