A SABEDORIA CONTRA A ESPERTEZA!
Dinah Ribeiro de Amorim
O coelho andava todo
prosa, sabendo que, dos animais pequenos, era o mais rápido. Ninguém o vencia,
nem mesmo as emas e avestruzes,
conseguiam competir com ele.
Adorava comer cenouras,
muitas cenouras, antes de qualquer partida. Eram o seu ponto fraco ou a sua
tentação, levando horas mastigando com prazer.
Uma tartaruga muito idosa,
mas de grande sabedoria, espalhou a notícia na floresta que conseguiria
vencê-lo.
“Como! Perguntavam todos, dando gargalhadas - Lenta,
velha, pesada, ganhar de um coelho rápido e corredor, é muito difícil.“
A tartaruga, conhecendo o
percurso a ser feito, espalha cenouras no trajeto, colocando-as em lugares
estratégicos, favoráveis a descanso e sonecas.
No dia da partida, dada a
largada, os dois animais saem.
O coelho, muito rápido,
encontra a primeira cenoura. Mastiga-a saborosamente e tira um cochilo.
A tartaruga, calma, segue
lentamente.
Alcança a primeira parada
do coelho, acordando-o rápido e saindo
em disparada à sua frente.
Logo encontra uma segunda
cenoura, muito gorda e atraente, parando para degustá-la.
A tartaruga lenta
encontra-o novamente, desta vez com mais sono e menos vontade de correr.
Ultrapassa-o sem acordá-lo
e, ele, logo desperta, disparando outra vez à sua frente, não entendendo como
ela conseguira alcançá-lo.
Uma terceira cenoura, mais
atraente que as outras, aparece novamente no caminho do coelho que, antecipando
a vitória, detém-se para comê-la. Adormece profundamente, sendo ultrapassado
pela tartaruga que, sorridente, chega ao final da corrida.
É aplaudida
vitoriosamente, deixando uma interrogação no ar. “Como conseguira tal proeza?”
“Quase sempre a esperteza
e a vaidade perdem para a sabedoria e inteligência dos mais velhos”, responde
tranquila a tartaruga.
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