VIAGEM DE TREM E PONTE ENCANTADA!
Dinah Ribeiro de
Amorim
Ficara assim desde a
morte da mãe. Distraído, sem controle, apático, deprimido, com algumas
alucinações. Não era mais o mesmo.
Aconselhado por
amigos e familiares, resolve, meio a contragosto, fazer psicoterapia. Até que
gosta, sente que está melhorando aos poucos, preenchendo espaços vazios de sua
mente com meditações e assuntos mais profundos e reais.
Numa tarde, entrando
no consultório, depara-se com o médico caído no sofá, como se estivesse morto.
Chama-o e ele não responde. Procura a enfermeira para avisá-la do ocorrido e verifica que não está
em seu posto. Pronto! O pânico, o descontrole, o medo, tomam conta do seu ser.
Alguém havia assassinado seu médico e ele fora o último ou o primeiro a vê-lo.
Seria considerado suspeito número um, lógico, afirma sua mente alucinada. Nem
espera para verificar direito o ocorrido. Foge dali correndo, vai para sua
casa, faz uma pequena mala, super-apressado e corre para a estação de trens,
entrando no primeiro vagão disponível.
Sentado, fingindo calma, não sabendo ao certo para onde
ia, relembra mais uma vez toda a história: médico caído, ninguém no
consultório, ele o único a vê-lo, enfermeira ausente, horário seu! Entra em surto. Vêm as
alucinações. Guardas invadindo o trem à sua procura! Mostram sua foto para
outros passageiros; não sabe definir ao certo se é sua mente imaginando ou
realidade. Olha para a janela e vê o trem passando por uma ponte estreita. Parece
um rio. Sempre nadara bem. Não tem dúvida. Essa ponte seria sua salvação! Joga-se
pela janela tentando pensando alcançar o rio. A água o atraia! Quem sabe, com a
correnteza, chegaria a um lugar seguro!
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