O
QUE IMPORTA É ACREDITAR!
Do
Carmo
Olha, uma estrela cadente! Vamos fazer um pedido? –
diz o marido para esposa. Ah! Jorge, deixa de ser bobo, com quase quarenta e
ainda fazendo pedidos pras estrelas! Daqui a pouco vai acreditar em fadas, em
Papai Noel. Cresce homem.
— Minha querida, não é o fato de ser infantil ou impressionável, é que,
você sabe como sou romântico.
E Jorge desejou ardentemente que
o amor que sentiam fosse eterno e que Verônica fosse mais romântica, como ele.
Mas não havia jeito. Verônica era objetiva nos pensamentos e ações. Não
é atoa que trabalhava com cálculos e informática. Como ele não percebera seu
temperamento antes do casamento? Estava encantado com sua beleza e totalmente apaixonado.
Em Verônica a razão sempre predomina sobre a emoção, pensou Jorge.
Recordando o passado, lembrou-se de Helena, conhecida da academia do
Clube que frequentava, e a comparação foi inevitável. Ela era doce, serena, olhar lânguido,
sorridente e cordata.
Resolveu dar uma volta, mas Verônica não quis acompanhá-lo. Estava
preparando um trabalho, que no dia seguinte seria apresentado em reunião na
empresa. Pensativo entra em um restaurante e .... lá estava Helena jantando
sozinha.
Sem pensar, aproximou-se da mesa e sentou-se perguntando se poderia
acompanhá-la. Helena era doce, serena, mas insossa ! ! ! Só sabia sorrir e
concordar com Jorge. Que decepção !
Saiu logo e seguiu pensando que é melhor uma andorinha conhecida e
racional na mão, do que voar a procura e ter outra decepção.
A comparação foi rápida e muito clara: como trocar toda a força, ousadia
e espontaneidade de Verônica por um belo luar e um par de velas? Romantismo?
Um par de velas e um belo luar não cimentam nenhum relacionamento.
Palavras românticas podem ser vazias e um olhar lânguido não nos dá apoio numa
hora de crise. Jorge continuou pensando e ...
Resolveu retornar à sua querida e conhecida mulher. Poderia não ser
romântica, mas era uma fogueira no amor!
E pegando o carro, foi ao largo do Arouche, onde comprou um belíssimo
ramo de flores do campo , “suas prediletas”
e escondendo entre elas, colocou um cartão como só ele sabia fazer. Cheio de amor, voltou
para casa.
Verônica, já no quarto, finge que dorme e sem fazer o menor barulho,
Jorge coloca as flores entre os travesseiros e sai do quarto para trocar as
roupas. Oh! Que amor, flores! E como sempre um cartão apaixonado para mim!
Querido, infantil ou não, saiba que você é e sempre será o grande amor da minha
vida. Jorge sorri e diz:
— Acabei de ouvir o que sempre quis! Eu também amo muito você!
Conto
coletivo
TEXTO
EM MOVIMENTO
CLUBE
ALTO DOS PINHEIROS.
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