A
compoteira que viu o Imperador.
Dinah Ribeiro de Amorim (Amora)
Moro em apartamento pequeno,
sobrecarregado de coisas. Móveis antigos, quadros de minha autoria, fotos
antigas de festas, netos pequenos, filhos, viagens, enfim passagens de minha
vida. Todos são valiosos e representam muito para mim, lembranças e saudade.
Olhando-os, começo a
imaginar qual seria o mais valioso e importante, continuação na família.
Reparo, então, numa
compoteira de cristal que foi de minha bisavó paterna, oriunda de Porto Feliz,
estado de São Paulo. Descendente de bandeirantes, serviu um almoço para D.Pedro
II, colocando um doce caseiro, nessa compoteira. Nosso imperador passava por
lá. Lugar muito importante, na época, rota de comércio para o interior.
Foi dedicada a mim, após sua
morte, mas só chegou às minhas mãos, encaminhada por meu pai, muitos anos
depois, com o falecimento de uma tia, que a teve em seu poder, durante vários
anos. Coisas de família.
O importante é que está
comigo, enfeitando uma estante antiga, junto a outros vasos e licoreiras, mas,
pelo desenho, som do cristal emitido, percebe-se logo que seu valor é antigo,
histórico e inestimável. Distingue-se dos outros.
Espero ainda contemplá-la
por muito tempo, mas encaminharei para alguém, da família, que dê valor à nossa
história. Minha filha ou neta, talvez!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
DEIXE AQUI UMA MENSAGEM PARA O AUTOR DESTE TEXTO - NÃO ESQUEÇA DE ASSINAR SEU COMENTÁRIO. O AUTOR AGRADECE.