O COLAR DE ESMERALDAS E O
SORVETE!
Dinah Ribeiro de Amorim
Era um atraente colar de
esmeraldas! De um verde tão faiscante que ofuscava qualquer outra joia exposta
na vitrine. Chamava atenção de todos os clientes.
Tanta beleza despertava ciúme e cobiça nas
outras peças de valor existentes. Era mesmo
grande atração.
Sentia-se, no entanto, bastante infeliz.
Gostaria de ser livre, voar pelos ares, sentir o vento e a chuva molhar suas valiosas
pedras, frequentar outros lugares, abandonar aquela prisão entre vidros onde
vivia apoiado sobre quente veludo azul,
sufocado de calor e olhares humanos desejosos.
Às vezes, um menino curioso, chupando sorvete,
com a alegria estampada no rosto, parou para observá-lo. “Ah! Como gostaria de
trocar de lugar!”
Ele desejava muito isso, e
pensou com tanta força, mas com tanta força que... Numa tarde, uma senhora
elegante e rica, entrou na loja e fascinada pela joia que exuberava na
vitrine, tratou de comprá-la imediatamente
antes que outro o fizesse. “Para mostrar
às amigas”, exclama. “Morrerão de inveja”.
O colar ficou tão contente que até vibrava!
No pescoço dela sentia liberdade. Mudança de vida. Não poderia voar, mas andaria através dele. Viajou muito, foi a
muitos eventos, mas esperava mesmo por um sorvete onde pudesse mergulhar todas
as suas pedras.
Chegou o grande dia. A senhora em renda
verde, ostentava o lindo colar de esmeraldas. Enquanto fazia a entrada
triunfal, os presentes admiravam seu
pescoço. Nunca viram joia tão magnífica!
Foi oferecido um especial sorvete de creme em
taças de prata, após lauto jantar. A senhora inclinou-se para servir-se, mas o
fecho do colar se abriu e as pedras rolaram, suavemente, num pequeno voo para
dentro da sobremesa.
Diante da confusão formada o colar foi
sumindo, mergulhando prazerosamente naquela
doçura gelada.
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