CONTO DE FÉRIAS Nº 1
MINHA
PRIMEIRA MONTARIA!
Dinah Ribeiro de Amorim
Desde bem pequeno sou
apaixonado por cavalos. Coleciono figuras deles, tenho um álbum cheinho de todos
os tipos: altos, baixos, escuros, claros, manchados, raças diferentes e também
de muitos países.
Meu pai, sempre me ajuda, e
acabou comprando um sítio. E, no meu aniversário, ganhei um lindo cavalo preto,
com crina branquinha, o nome era
Reizinho. Mas, quem se sentia um rei nele era
eu, quando fiz minha primeira montaria!
A emoção foi tanta que mal
conseguia segurar nas rédeas ou colocar os pés nos estribos, nem sei bem se é
assim que se fala. Também, ele era tão alto e, eu, que dava mesmo certo medo!
Gostei muito do presente e
passava horas e horas ao lado dele, fazendo amizade, querendo que ele me
conhecesse. Alisava seu pêlo, fazia carinhos, pegava umas espigas velhas no
celeiro e adorava vê-lo mastigar com vontade.
Era mesmo um Reizinho o meu cavalo preto, e queria tratá-lo assim, de
verdade, como um rei!
Lembro do meu passeio montado
nele, pela primeira vez. Tenho muita saudade! Sentir que podia percorrer
grandes distâncias, conhecer os arredores desconhecidos do sítio, dominá-lo,
guiá-lo delicadamente para percorrer lugares que queria, ele me obedecendo com
vontade. Êta bicho lindo e inteligente! Não conseguia achar animal melhor para
se ter!
Íamos ao sítio nos fins de
semana e, logo que chegava, corria para o curral, procurando meu cavalo de
estimação. Quem cuidava dele era seu Antonio, o Tonico, caseiro, morador da
região. Dava logo todas as explicações de como estava o Reizinho, como tinha
sido seus dias! Levava-o a passear de vez em quando, e eu sentia até um pouco
de ciúmes. Já nem pensava em brincar com meus amigos de escola! Perdia logo o
interesse. Só pensava no meu cavalo.
Num final de semana, logo
que cheguei, fui procurá-lo, mas não o achei. Fiquei meio louco, perguntando a
seu Tonico onde ele estava! Não havia passado bem, ele me respondeu, e fora
levado ao povoado mais próximo, para ser observado por um veterinário. Não
sosseguei enquanto meu pai não me levou até ele, para ver como estava. Fui
chorando o tempo todo, já pensando na falta que deve ter sentido de mim!
Quando chegamos, notei que
estava meio caído, cabisbaixo, um pouco fraco! Já poderíamos levá-lo. Tivera
uma intoxicação por ter comido alguma porcaria, sem que seu Tonico percebesse. Fiquei
danado da vida! Quase falei um palavrão feio para o caseiro, mas meu pai me
segurou e fiquei quieto, engolindo minha raiva. Lá fomos nós, na camioneta do
sítio, de volta para casa. Eu feliz com meu Reizinho e ele cheirando-me com seu
focinho.
Logo, logo, estávamos
novamente galopando pelos campos e estradas. Eu, crescendo, tornando-me um
rapazinho, diziam.
Um cavaleiro de verdade –
respondi.
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