MÃOS
AO ALTO! É UM ASSALTO.
Dinah Ribeiro de Amorim
Minha turma era da pesada mesmo! Andávamos em
bandos, saíamos à noite e voltávamos para casa ao amanhecer, quando tentávamos
dormir e descansar um pouco das nossas atividades noturnas. Não temíamos nada e
achávamos que, juntos, podíamos tudo. Não usávamos armas, chacos ou outros
tipos de defesa, pois contávamos uns com os outros. Sentíamo-nos fortes,
valentes, invencíveis.
Mas, sempre acontecia alguma coisa, e, mais
tarde, quando reunidos, lembrávamos muito dessas façanhas.
Certa ocasião, na saída de uma festa,
tivemos, como sempre acontecia, um imprevisto.
Éramos esperados por outra turma ou gang
conhecida no bairro, muito da pesada também, querendo medir força e avisando
logo que era um assalto!
_ Mãos ao alto! – ordenaram eles. Ou
passávamos a grana ou entrávamos no pau.
Preferíamos a briga porque éramos fortes, e grana não tínhamos mesmo!
Foi um pega daqui! Bate acolá! Caras amassadas,
narizes sangrando, moleques no chão...
Luta geral...
Conclusão: se perguntavam quem ganhou, até
hoje não saberíamos responder. Lembrávamos somente que todos nós ficávamos
caídos, machucados e doloridos. As duas turmas levantavam com dificuldade.
Íamos embora, cabisbaixos e mudos; amaldiçoávamos esse final de festa infeliz!
Não pensávamos em revanche, achando que tudo fora normal!
Já era a competição para descobrir o mais
forte. Molecagens de nossa juventude imatura
Nenhum comentário:
Postar um comentário
DEIXE AQUI UMA MENSAGEM PARA O AUTOR DESTE TEXTO - NÃO ESQUEÇA DE ASSINAR SEU COMENTÁRIO. O AUTOR AGRADECE.