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quinta-feira, 31 de outubro de 2019

UMA VIAGEM INUSITADA. - Do Carmo


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UMA VIAGEM INUSITADA.
Do Carmo



- Uaaaaau! Grita Augusto. Não acredito que finalmente estamos saindo de casa e logo mais estaremos entrando no apartamento de Guarujá.

Com voz de veludo, Maria pede que o filho se acalme e tente uma sonequinha.

A perspectiva de chegarem rápido é extremamente remota, uma vez que a Rodovia dos Imigrantes estava afogada de carros.

Rebeca continuava impassiva. Sonhava acordada pensando se encontraria novamente aquele rapaz, com quem muito conversou no feriado passado.  

Rodaram por alguns quilômetros em silencio. De repente tudo parado. A estrada era um tapete de luzes, de um lado brancas, de outro vermelhas.

O engarrafamento era assustador. Guardas Rodoviários passavam em motos com sirenes estridentes, tentando fazer comboio, pois a Serra do Mar estava fechada pela serração.

Augusto acorda com o barulho das sirenes e ainda sonolento pergunta:

- Chegamos? Que música é essa que parece de louco?

- Filho, são sirenes, estamos esperando nossa vez para continuarmos em comboio até o final da serra.

- Que horas são mamãe? Pergunta Rebeca.

- Querida, são duas e vinte.

- Dormi. Que bom, não senti agonia de estarmos tanto tempo parados. O que se pode fazer é apenas nos programar para nosso final de semana. As aventuras que viverei, pessoas que conhecerei e talvez encontrar quem eu sonhei.

Augusto olha desanimado para aquele colar de faróis, aconchega-se no banco e adormece novamente.

O automóvel fica em silêncio e logo começam a seguir caminho em compasso de manada cansada e depois de mais três horas de viagem, saem da balsa do Guarujá e rapidamente chegam ao apartamento.

Antonio está exausto, suado e faminto. Não teve tempo sequer de lanchar. Em desabafo fala: 

- Se eu encontrar o inventor de feriados, eu faço um saboroso “Homem à Cabidela” acompanhado de Farofa de Ossos.  Vou dormir.

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