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terça-feira, 4 de dezembro de 2018

A ÚLTIMA CENA - Isabel Lopes



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A ÚLTIMA CENA
Isabel Lopes

O destino, esse brincalhão, parecia não se cansar de empurrar Jandira por caminhos controversos.

Outrora renomada atriz de teatro, hoje chafurdada em dívidas. Só lhe restava, sobreviver como sabia: criando e interpretando personagens.

A pobre cega viúva e desamparada era sua mais nova criação. Parada na Praça da Matriz, disfarçada em óculos escuros, lenço nos cabelos, bengala e trajes maltrapilhos, ela pedia esmolas com uma sugestiva placa na mão que dizia: Sou cega, mas vejo que seu coração é generoso. Uma esmola, por favor!

Era assim que, ilicitamente, Jandira garantia uns bons trocados naqueles tempos difíceis.

Só não contava naquela noite com o tumulto próximo a igreja! Falava-se em assalto, pessoas correndo assustadas...foi isso que a levou, de olhos bem abertos, a correr também.
Foi então que, reconhecida por populares, a pseudo-viúva cega estava prestes a ser linchada e, tudo levava a crer, que o povo ia ate o fim!




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