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quinta-feira, 10 de maio de 2018

O VIOLINISTA NO TELHADO - Henrique Schnaider


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O VIOLINISTA NO TELHADO
Henrique Schnaider


Conde Wlad possuía vários castelos na região da Valáquia, atual República da Moldávia, era poderoso, muito cruel, tinha a fama de empalar seus inimigos.

Seus aldeões sentiam cheiro do sangue pestilento da morte, na sua passagem, se algo o desagradasse, os castigos eram terríveis, o povo sentia medo, respeito, admiração pelo Conde Wlad, dicotomia entre sentir-se protegido pelo seu Grão Senhor, mas o temiam feito, uma matilha frente ao macho alfa.

Suas façanhas corriam com a força do vento dentro de seus territórios. Certa feita o Conde passava na região da antiga Bessarábia numa Aldeia Judaica de nome Britishone, chamou-lhe atenção um violinista no telhado, tocando uma melodia judaica tão leve que parecia encostar nos ouvidos daquele guerreiro.

Wlad ordenou aos seus guerreiros que trouxessem aquele mago do violino, pessoa a quem Deus dera um dom maravilhoso, ao tocar encantava até os corações de pedra.

Seu nome era Moises, contou que aprendera a tocar com seu pai que por sua vez, aprendeu com seu avô e assim, este dom veio através de muitas gerações.
O Conde ordenou que ele tocasse algo, para que apreciasse. Moises então tocou uma antiga melodia judaica, que justamente falava das crueldades dos senhores feudais, mas como Moises apenas tocava, Wlad não tinha conhecimento do significado da história desta música.

Depois deste momento sublime, Wlad seguiu caminho, pois iria invadir a região da fronteira onde a algum tempo aconteciam escaramuças.

Embalado pela suavidade da música que ouvira, o Conde Wlad seguiu com sede de vingança, para atacar a cidade de Corneja onde uma grande batalha o esperava.

O encontro dos exércitos, foi terrível, Wlad e seus soldados eram implacáveis, não haveria presos, a morte era certa, a paz só viria para quem morresse.

Foram dois meses de atrocidades até que o Conde impôs sua paz pela morte. A cidade de Corneja passou a fazer parte dos territórios do Guerreiro.

Os homens de Corneja sentiram a mão de ferro e o amargo sabor da derrota que deixa a terra arrasada onde não cresce mais nem sequer uma pequena plantinha. Tarefa terminada o Conde voltou para seu castelo na Transilvânia, mas sem antes deixar de passar na Aldeia de Britishone.

Os homens do Conde Wlad trouxeram novamente Moises o violonista do telhado que compusera uma melodia, em homenagem a Wlad,  que ele adorou, a tal ponto de caírem lagrimas de seus olhos de diamantes.

Moises nem poderia imaginar o sucesso da letra da música, que foi imortalizada. O sucesso atravessou os séculos e chegou até nosso tempo. O violinista contou a história do Conde Drácula que se transformava em vampiro, era imortal, voava como morcego, chupava o sangue das pessoas transformando-as em novos vampiros. Drácula só morreria junto com sua maldição com uma estaca em cruz cravada no seu peito.     


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