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segunda-feira, 23 de abril de 2018

Frustação. - Dinah Choichit


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Frustação.
Dinah Choichit


Miro estava a passeio em São Paulo e resolveu ir para a fazenda de seus pais.  Estava desconfiado de que algo não estava correndo bem.

Seu pai andava muito preocupado, as contas não batiam com o saldo bancário.

Miro tinha um primo que trabalhava com ele na fazenda, era encarregado da administração. Eduardo ganhava bem, mas tinha muito ciúmes de Miro. 

Acontece que o pai de Eduardo também já teve bens, mas perdeu tudo na mesa de jogo. A mãe fugira com o capataz. Eduardo revoltou-se, tornou-se vingativo. Até que foi acolhido pelo tio.

A má índole do menino imperava. Desde pequeno não se conformava com a situação. Vivia pensando com pegar o dinheiro do tio e fugir. Até que planejou como fazê-lo. Começou desviando pequenas somas e sondou o tio. Depois passou a maiores quantias, e viu que o velho já andava desconfiado. Quando soube que Miro viria, ficou preocupado.

O tio não tinha outros parentes, somente Miro e ele, Eduardo. Sabia também que se Miro morresse, ele seria o herdeiro do tio. Dali à arquitetar um plano, foi um pulo.

Miro chegaria daqui a dois dias. Ele e que iria buscá-lo no aeroporto. Revólver ele já tinha, mas como matá-lo para que não desconfiassem dele?

Pedir ajuda nem pensar. Lembrou-se da cachoeira no caminho, Miro sempre pedia para parar e dar uma olhada. Era bem funda, perigosa. Miro ficava sentado alguns minutos admirando o cair da água. Dizia que se acalmava olhando a natureza, principalmente aquela cachoeira.

Não teve dúvida, pegaria o revólver e quando Miro sentasse daria o tiro nas costas e o jogaria cachoeira abaixo. O corpo seria tragado pelo turbilhão da água e seria levado para bem longe.

Ficou tranquilo. Limpou a arma, guardou e esperou o dia.

Foi buscá-lo por volta das 10.00 horas da manhã, como combinado. Abraços para cá, abraços prá lá, e Miro apresentou a namorada que viera conhecer os pais.

Eduardo ficou uma arara. Seus planos foram por água abaixo. Disfarçou sua ira, e tratou de carregar as malas.

Acabara de se acomodar quando Miro viu o revólver na cintura do Eduardo. Perguntou o que ele pretendia com aquela arma.

Eduardo quase bateu no barranco.  Se controlando disse que havia certas notícias de ladrões de gado assaltando as fazendas. Estava só prevenido.

Foi conversando alegremente com o primo e a namorada até chegarem na fazenda. Recolheu-se ao quarto e deu um tiro na cabeça.

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