A GRANDE JORNADA - CONTO COLETIVO 2023

FIGURAS DE LINGUAGEM

DISPOSITIVOS LITERÁRIOS

FERRAMENTAS LITERÁRIAS

quinta-feira, 8 de junho de 2017

UMA HISTORIA VERDADEIRA - Do Carmo


Resultado de imagem para mulher digitando

UMA HISTORIA VERDADEIRA
Do Carmo

Conheci uma garota, hoje senhora, que teve uma reviravolta em sua carreira de trabalho, totalmente inusitada.

Recém-formada em economia, aluna exemplar de renomada faculdade paulistana, tenta conseguir emprego em algum grande banco, sempre se  decepcionando porque não tinha experiência na função pleiteada e desiludida sabia que seu currículo jamais chegaria nas mãos de algum diretor.

Mas, sempre há um mas, e o dela não foi muito ao encontro de suas expectativas, mas era uma porta que se abria para o futuro.

Soube que haveria concurso público para a função de escriturário, dois meses após a inscrição. Ansiosa, informou-se sobre o programa versado, comprou apostilas, frequentou uma escola de datilografia, na época não havia computador.

Finalmente chegou o sábado, dia da prova escrita, cujo resultado seria publicado na terça feira seguinte e os aprovados, fariam a prova prática no sábado seguinte, ou seja, datilografariam um texto com vinte linhas, computando o tempo e erros.

Cinco dias de alegria angustiante demorou uma eternidade.

Sexta feira ensolarada, lá vai ela correndo comprar o Diário Oficial do Estado. Avidamente folheia-o e de repente grita, passei, passei, vou fazer a prova de datilografia, amanhã! Mal conciliou o sono, foi uma noite de preces esperançosas. Queria sentir-se tranquila, porém, seu coração batia mais que um tambor. A sorte estava laçada.

Que alivio, terminou a doída espera do resultado.

Quinta feira, outra corrida à banca de jornal. Quando estava chegando, o garoto entregador correndo gritou:

- Você foi aprovada em décimo segundo lugar!

Sem saber se ria ou chorava, abraçou-se ao menino e depois de alguns minutos, voltou correndo para casa, sem pagar o jornal.

Dez dias depois estava empregada e foi designada para um grupo de engenheiros avalistas, de correntistas que necessitam de empréstimos.

A desiludida economista datilografava o dia inteiro. Mas...

Em certa reunião, foi solicitada para secretariá-los, uma vez que a secretária faltara.

Que dia iluminado!

Atenta ao que falavam, para não deixar escapar nada, percebeu que eles estavam aplicando um índice econômico errado. Sem se dar conta, falou:

- Se vocês usarem tal índice, será mais confortável para o cliente e a rentabilidade para o banco, será a mesma.

Indignado, um dos senhores disse:

-Como se atreve a falar assim? O que você entende de economia?

Altiva, segura e aparentando tranquilidade, contou sua história.

Outro senhor pediu para que trouxesse seu Histórico Escolar, para examiná-lo.

Com o coração aos saltos pediu licença para pegá-lo em sua mesa, uma cópia autenticada. Mal conseguia andar.


No dia seguinte, ela foi chamada para apresentar-se ao Diretor Administrativo, que depois de algumas perguntas, nomeou-a Economista Padrão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

DEIXE AQUI UMA MENSAGEM PARA O AUTOR DESTE TEXTO - NÃO ESQUEÇA DE ASSINAR SEU COMENTÁRIO. O AUTOR AGRADECE.

Quem era ela? - Hirtis Lazarin

  Quem era ela? Hirtis Lazarin     A rua já estava quase deserta. Já se ouvia o cri-cri-lar dos grilos. A lua iluminava só um tantin...