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FIGURAS DE LINGUAGEM

DISPOSITIVOS LITERÁRIOS

FERRAMENTAS LITERÁRIAS

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

FIGURAS DE LINGUAGEM - planilha demonstrativa (algumas)



Figuras de Linguagem 


Figuras de construção
Elipse
Omissão de termos que podem ser subentendidos facilmente.
Exemplo
Quanta perversidade no mundo! (Subentende-se o “há”.)
Zeugma
Variedade de elipse; omissão de termo anteriormente expresso.
Exemplo
O inocente foi, preso; o culpado, solto. (Subentende-se o segundo “foi”.)
Assíndeto
Falta de conjunção entre elementos coordenados.
Exemplo
Estava mudo, pálido, trêmulo, assustado. (Repare que poderia haver um “e” entre os dos últimos termos da frase.)
Pleonasmo
Repetição de ideias (com as mesmas palavras ou não) para realçá-las ou enfatizá-las.
Exemplo
Vi com meus próprios olhos. (Está claro que ninguém pode ver com os olhos alheios.)
Polissíndeto
Repetição do conectivo entre elementos coordenados.
Exemplo
Foi e voltou e correu e pulou e brincou. (A repetição do “e” enfatiza a quantidade de ações enunciadas.)
Hipálage
É atribuir-se a uma palavra o que pertence a outra na mesma frase.
Exemplo
“Em cada olho um grito castanho de ódio”. (Note que, pela lógica, “castanho” se refere a “olho”. A frase é do escritor Dalton Trevisan.)
Hipérbato
É a inversão da ordem natural das palavras numa oração ou das orações num período.
Exemplo
“Ouviram do Ipiranga as margens plácidas...” (A ordem natural ou direta seria: “As margens plácidas do Ipiranga ouviram...”)
Anáfora
Repetição da(s) mesma(s) palavra(s) no começo de cada um dos termos da oração.
Exemplo
“Este amor que tudo nos toma, este amor que tudo nos dá, este amor que Deus nos inspira, e que um dia nos há de salvar...”
Silepse
Também chamada de concordância ideológica. Faz-se a concordância com a ideia subentendida e não com a palavra expressa. Pode referir-se ao gênero, número ou pessoa.
Exemplos:
Deixei a agitada São Paulo. (Silepse de gênero, a rigor São Paulo é masculino.)

Grande parte dos eleitores estavam longe de aprovar os descaminhos da CPMI. (Silepse de número: a ideia é de plural, embora, a rigor, o sujeito – “Grande parte” – esteja no singular.)

Os que conseguimos pular fora, pulamos. (Silepse de pessoa: a frase deveria ser “Os que conseguiram pular fora, pularam”, mas quem a enuncia se inclui entre os que praticaram as ações expressas pelo verbo).
Ambiguidade
Vício de linguagem onde as palavras da frase que causam duplo sentido de interpretação.
Exemplos
O cachorro do seu irmão não me deixou entrar. (refere-se ao cão, ou está xingando o irmão de cachorro?)
Marina discutiu com o namorado e estragou seu dia. (o dia de Marina ou do namorado?)

Figuras de pensamento

Antítese
É o uso de palavras opostas numa mesma construção.
Exemplo
Às vezes, fazemos o mal, quando queremos fazer o bem.
Paradoxo
Raciocínio aparentemente contraditório, um aparente contra-senso. Todo paradoxo contém, em última análise, uma antítese.
Exemplo
Há muitos ricos que são muito pobres. (No caso, a contradição se daria entre a riqueza material e a pobreza espiritual.)
Ironia
Consiste em se afirmar o posto do que se pretende dizer, com intenção de crítica ou escárnio.
Exemplo
Os políticos brasileiros são tão honestos! (Sem comentários...)
Eufemismo
É a suavização de uma ideia desagradável ou agressiva.
Exemplo
O senhor está faltando com a verdade (ou seja, com todas as letras, está mentindo).
Alusão
Referência a um fato, um trecho, ou personagem conhecido.
Exemplo
“Andei sobre as águas, como São Pedro” (verso de Paulo Vanzolini).
Preterição
Fingir não afirmar aquilo que se está afirmando.
Exemplo
Nem vou mencionar o excessivo esforço que me causa ouvir a sua argumentação. (Ora, o excessivo esforço foi literalmente mencionado.)
Gradação
Expressão progressiva do pensamento, numa ordem que parte da menor para a maior intensidade.
Exemplo
Caminhou apressado, correu, disparou pela rua.


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